Em comemoração ao Dia da Cultura (5) e ao Dia da Consciência Negra (20), a Fundação Macaé de Cultura, vinculada à Secretaria Especial de Cultura, Esporte e Turisno, promove na praça Veríssimo de Mello, no sábado (10), às 14h, oficina Abayomi e Jongo da Serrinha, com o apoio da Associação de Capoeira Raízes de Aruanda, de Mestre Dengo.
A exposição “Consciência Negra”, sobre a religiosidade africana, fica até sexta-feira (9), na Galeria de Arte Hindemburgo Olive. Na Segunda-feira (12), o espaço recebe a exposição “Mulheres Negras do Brasil - Um resgate de parte da nossa história que não pode mais passar em branco”. O funcionamento da galeria é de 8h às 19h. A mostra “Mulheres Negras do Brasil”, uma realização da Petrobras em associação com a Rede de Desenvolvimento Humano- REDEH, será aberta às 19h30 e ficará até dia 16.
Nesta quinta-feira (8), às 18h, também na praça Veríssimo de Mello, no centro da cidade, aconteceu demonstrações de penteados africanos. E, na quarta-feira (7), às 17h, no Corredor Cultural do Centro Macaé de Cultura, houve o “Desfile Beleza Negra”, ao som da Banda Art 1. O grupo do Centro Integrado de Estudos do Movimento Hip Hop (CiemH2), apoiado pela Fundação Macaé de Cultura, apresentou um repertório de black music, MPB e rap nacional. Os componentes do Art 1 têm entre 14 e 20 anos. Em abril deste ano, a banda participou de um evento de premiação de ações culturais de crianças e jovens na Suécia. “Interpretamos música que falam de pessoas que não têm voz na sociedade. Hoje, trazemos isso para um local mais elitizado. É importante mesclar culturas”, disse Adriano Souza, do vocal e flauta.
As comemorações começaram no Dia da Cultura (5), com a exposição e a palestra “Consciência Negra”, que foi encerrada com comida baiana, oferecida por uma típica baiana no Corredor Cultural. Participaram da mesa com o tema “Negro, uma consciência brasileira” a presidente da Fundação Macaé de Cultura, Conceição de Maria, o vereador, Maxwell Vaz, representando o legislativo macaense, o professor especialista em Africanidade, Sebastião Menezes, o representante da Fundação Palmares, José Carlos Felix e a doutora em Africanidade, Sônia Santos. Os palestrantes responderam a perguntas da platéia. Diversos temas foram tratados como: o projeto dos colonizadores de “embranquecimento” do Brasil; a religião africana como forma de resistência; a destituição dos direitos dos negros ao receberem a alforria; a discriminação às culturas das nações africanas; a presença, em Macaé, do quilombo Quero Cango, equiparado ao de Palmares; e as cotas universitárias para negros.
- O Brasil foi construído por cotas. Sendo elas de 100% para a classe dominante. Os negros, durante muitos anos, não foram aceitos em muitas unidades de ensino. Portanto, as cotas para alunos oriundos de escolas públicas, para índios e negros representam uma compensação histórica - justificou o representante da Fundação Palmares. As comemorações irão continuar até o Dia da Consciência Negra (20).