Valorização de músicos da região, relembrando os choros compostos por Benedito Lacerda e parceiros como Pixinguinha e outros, é o objetivo da Semana Benedito Lacerda, que a Fundação Macaé de Cultura (FMC) promove nesta terça-feira (14) e quarta-feira (15). Na primeira noite, haverá apresentação do quinteto “Conversa Comigo”, a partir das 19h, no pátio da Sociedade Musical Nova Aurora. Na segunda noite 35 músicos da Orquestra de Choro Viriato Figueira da Silva tocarão no corredor cultural Benedito Lacerda, na Rua Benedito Lacerda, atrás do Mercado de Peixes, também a partir das 19h.
O quinteto “Conversa Comigo” é composto por Gabriel Santiago (violão), João Peixoto (cavaquinho), Riverton (pandeiro), Bruno Py (baixo acústico) e Jean Macahé (flauta transversa). Já na Orquestra de Choro Viriato Figueira da Silva há instrumentos como clarinete, bombardino e outros. Após a apresentação de quarta-feira, acontecerá a tradicional roda de choro, no Bar Bico da Coruja, com a presença de diversos convidados. “Tudo isso valoriza a música nacional”, conta Jean Macahé, que participa dos dois eventos com sua flauta transversa.
O músico Benedito Lacerda
Em 14 de março de 1903 nascia em Macaé, aquele que viria a ser um dos maiores flautistas e compositores da música brasileira: Benedito Lacerda. De infância pobre, aos oito anos começou a tocar flauta de ouvido. Iniciou seus estudos na Sociedade Musical Nova Aurora. Aos 17 anos, foi para o Rio de Janeiro com a mãe, tentar a vida na capital. Trabalhou no comércio, fez biscates, ingressou na Polícia Militar como músico de primeira classe. A partir de 1927 passou a viver da música. Tocou em bailes, cinemas e teatro, e depois descobriu o sucesso através do rádio.
Teve seu grupo musical, batizado por Sinhô, como Gente do Morro, passando depois a se chamar Conjunto Regional Benedito Lacerda. Seu conjunto inaugurou a época dos regionais, influenciando o aparecimento de outros grupos que despontaram na Época de Ouro do rádio. Exímio flautista, compôs músicas inesquecíveis entre valsas, choros, sambas e marchas de carnaval.
Na década de 40, passa a fazer parceria com Pixinguinha. Gravaram 17 discos juntos na RCA Victor. Ari Barroso, Herivelto Martins, David Nasser e Mário Lago, foram outros parceiros.
Benedito Lacerda morreu em 16 de fevereiro de 1958, em pleno carnaval.