Foto: Bruno Campos
Formação contribuirá para a atuação no cuidado da pessoa dependente do álcool e outras substâncias psicoativas
Dezenas de alunos e alunas fizeram a sétima edição do Curso de Redução de Danos, promovido pela Prefeitura de Macaé, em 2018. Foram 30 aulas ministradas entre maio e novembro por professores da Universidade Federal Fluminense (UFF), Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf) e Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Funcionários e servidores das áreas da Saúde, Educação, Desenvolvimento Social e Defesa Civil também fizeram palestras para o público, constituído por profissionais como assistentes sociais, psicólogos e outros, que atuam no cuidado com o ser humano dependente de álcool e outras substâncias psicoativas.
A psicóloga Helen Mareli, componente da Coordenação Geral de Políticas Sobre Drogas (CGPOD), disse que entre os conteúdos do curso estiveram o Cenário Político Nacional de Saúde Mental e Álcool e Outras Drogas, Neurociência e Mediação entre Saúde Mental e Criminologia Crítica. "O objetivo desta sétima edição foi proporcionar espaço integrativo permanente de formação ativa, reflexiva e geradora de autonomia, possibilitando aos diversos atores da rede intersetorial de Macaé e região a construção de conhecimentos, habilidades, competências e atitudes alinhadas ao 'cuidado à saúde e à vida', na perspectiva da redução de danos", justifica.
Visão ampliada e humanizada
"O curso me proporcionou visão ampliada dos impactos sociais referentes ao uso de álcool e outras drogas, além de promover troca de conhecimento interdisciplinar com as áreas de serviço social, psicologia e outras", disse o farmacêutico Felipe Bandeira. Ele ressaltou que aprendeu nas aulas que a relação do indivíduo com a droga significa uma fuga em busca de apoio e não apenas uma recreação.
Já a psicóloga Mylena Alves afirma: "o que mais gostei no curso foi a disseminação de um olhar mais humanizado para ver a pessoa não como um indivíduo-usuário, mas como um ser humano. "Uma aula que me tocou ocorreu na Pousada da Cidadania, onde há fórmulas simples de tratamento para pessoas em situação de rua, idosos e até famílias", pontuou.
"A sociedade impõe estigmas e rótulos para os usuários de álcool, drogas e moradores em situação de rua, mas na verdade são vítimas da própria sociedade", comentou a técnica de enfermagem e estudante de Serviço Social, Andressa Rangel.
Para a assistente social Damiane Ferraz, o curso colaborou para aumentar a vivência cotidiana do trabalho dos profissionais que atuam com pessoas as quais usam substancias psicoativas. "Achei de extrema importância a aula de Neurociência, quando percebemos como o uso de substâncias medicamentosas ou psicoativas agem no organismo", esclarece.
Concluindo, a assistente social Léia Martins foi enfática: "O curso teve a capacidade de ampliar e formar as consciências, do ponto de vista em que promoveu o cuidado e despertou novos olhares, em relação ao fenômeno do uso e abuso de drogas", avalia. Para ela o resultado da capacitação é o desenvolvimento e a socialização do conhecimento apreendido nas abordagens e projetos voltados para trabalhadores, famílias, adolescentes e outros".