Foto: Guga Malheiros
Com o objetivo de contribuir na qualificação de quem atende mulheres adolescentes e jovens de 12 a 18 anos, nas áreas da saúde e social - conselho tutelar, escolas, comunidade, em especial para o atendimento da violência sexual, foi aberto nesta quarta-feira (28), nas dependências da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Macaé (Fafima), o curso “Mulher adolescente em situação de violência”.
Durante a abertura estiveram presentes a secretária de Desenvolvimento Social, Vânia Deveza e a subsecretária de Política para as Mulheres, Rosaly Chaloub, representando a Prefeitura de Macaé, que em parceria com a secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, a Superintendência de Direitos da Mulher (Sudim) do Estado do Rio de Janeiro e o Núcleo de Estudos da Saúde do Adolescente (Nesa), da UERJ, promovem o curso.
- A qualificação oferecida para mais de 70 profissionais que lidam com estas vítimas de violência na área da saúde e de assistência social deverá prosseguir nesta quinta-feira (29), cumprindo uma carga horária de 16h/aula e com direito a certificado. O curso está sendo ministrado pelas representantes do Núcleo de Estudos da Saúde do Adolescente (Nesa), da UERJ e faz parte do projeto Rama – Rede de Apoio à Mulher Adolescente – esclareceu a subsecretária municipal de Política para as Mulheres, Rosaly Chaloub.
Neste primeiro dia de curso, as representantes do Nesa/UERJ, a assistente social Adriana Rodrigues, especialista em gestão de saúde e pesquisadora sobre violência e a doutora em saúde coletiva, Ana Elisabeth Barros, que também é psicóloga e professora da UERJ, discorreram sobre o projeto RAMA e suas metodologias de trabalho; resolução dos estudos de casos referentes às mulheres adolescentes/jovens em situação de vulnerabilidade, aplicando inúmeras dinâmicas e questionários avaliativos.
- O projeto nasceu com a perspectiva de contribuir com a formação de profissionais de saúde e social numa perspectiva intersetorial para a prevenção e enfrentamento da violência que envolve mulheres adolescentes e jovens. A iniciativa é voltada para a Rede de Serviços de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres do Estado do Rio de Janeiro. Nesta quinta-feira pretendemos abordar o tema principal, “Mulher adolescente em situação de violência”, onde serão debatidos casos reais envolvendo temáticas como o bulling, homofobia, racismo, violência institucional, dentre outras – disse a doutora Ana Elisabeth Barros.
A secretária de Desenvolvimento Social, Vânia Deveza disse que é muito importante a participação dos profissionais das áreas de saúde e social porque o número de adolescentes e mulheres jovens que procuram os Centros de Referência de Atendimento à Mulher vem crescendo. Ela salientou que a Prefeitura de Macaé tem trabalhado para a formação de rede.
- É direito de todas as mulheres terem uma vida livre de violência. Mais do que um reconhecimento este é o nosso compromisso, pois a violência contra a mulher, fenômeno tão complexo quanto frequente, não tem sido abordada suficientemente nos processos formativos de diferentes categorias profissionais que se deparam, cotidianamente, com casos desta natureza. Tratando-se da violência contra as adolescentes e jovens a lacuna é ainda maior nos currículos profissionais, seja na área da saúde, social ou jurídica. Por isso, a promoção dos conhecimentos específicos de como lidar com esta faixa etária podem ajudar nos atendimentos e encaminhamentos – defendeu Vania.
Para a assistente social Thaíse Borba, que trabalha no Centro de Referência de Assistência Social - Cras Botafogo, que é um centro de atenção básica, o curso está sendo muito importante em função do aprimoramento técnico. “A violência é o rompimento dos vínculos e dos laços familiares, por isso o curso contribui para que melhor se possa acionar a rede de proteção, quando surgirem os casos e os encaminhamentos para a atenção especial”. Já o conselheiro tutelar Stênio Barcelos disse que capacitações devem ser uma constante na vida dos conselheiros que trabalham para zelar pela garantia e manutenção dos direitos da criança e do adolescente. “Nesse contexto, onde a violência permeia a mulher adolescente, o CT deve estar atento para realizar a intervenção de forma legal. Assim, é de grande valia o curso que leva à formação de rede”.
Estão participando profissionais das subsecretarias da Mulher, Infância e Juventude, secretaria de Saúde/Centro de Referencia do Adolescente (CRA) e dos programas sociais como o de Erradicação ao Trabalho Infantil (Peti), Centro Municipal de Apoio à Criança e ao Adolescente (Cemaia), Creas, Centro de Referencia de Assistência Social (Cras) e Nova Vida, todos ligados à secretaria de Desenvolvimento Social, além do Conselho Tutelar de Macaé.