Cursos no Solar dos Mellos trabalham com resquícios indígenas

23/08/2010 16:15:30 - Jornalista: Alexandre Bordalo

Foto: Kaná Manhães

Vinte e uma pessoas participaram do curso de cerâmica no Solar dos Mellos

Vinte e uma pessoas tiveram curso de cerâmica no Solar dos Mellos, na última semana, cujas aulas foram ministradas pela ceramista Adele Domingues e pela artista plástica e pesquisadora em cerâmica arqueológica, Erendira Oliveira. O curso faz parte da programação de educação patrimonial, vinculado a um programa de resgate arqueológico, efetuado no Terminal Cabiúnas.

Programa - Inclui dois cursos ocorridos na subsecretaria de Acervo e Patrimônio Histórico (Semaph), localizada no Solar dos Mellos, onde uma exposição será realizada no início de outubro deste ano. O evento é patrocinado pela Petrobras, que contratou a empresa A Lasca Arqueologia, e conta o apoio da Secretaria Municipal de Educação e a Semaph (Secretaria Municipal de Patrimônio Histórico).

Curso de Cerâmica

Esse curso foi subdividido na parte teórica, na qual foi levado aos aprendizes quesitos como a cerâmica através dos tempos até os dias atuais, quando já há tecnologia nesta área. Também foi focada a temática sobre o material encontrado em Cabiúnas.

Já na esfera prática, as profissionais ensinaram ações e trabalhos focando diretamente a argila, como: modelagem manual, secagem, queima e decoração pintada das peças. Na ocasião, houve ainda a releitura das peças indígenas descobertas em Macaé.

Opinião de alunas

Segundo Neide Santos Brito, artesã baiana que fez o curso de cerâmica na Semaph, as aulas a lembraram a respeito de seus estudos na Bahia onde os índios eram muito retratados. “Pretendo levar a outras comunidades tudo que aprendi sobre confecção de pratos, vasos e urnas”, acrescenta, pontuando que “é necessário que as empresas abram um leque de oportunidades para que através de parcerias, nosso conhecimento aprendido possa ser disseminado”.

Já a professora de Artes, Célia Maria Ferreira dos Santos, achou o curso bom porque abriu seus horizontes. “Com a utilização de argila, pude fazer dois pingentes e duas vasilhas”, conta. Ela diz que levará tudo que aprendeu para a instituição de ensino onde trabalha e que gostou do estímulo à preservação histórica que conheceu no Solar dos Mellos.

A história do Estado do Rio de Janeiro valorizando a cultura indígena (Tupi) foi um dos pontos principais do curso de cerâmica no entender da professora Glória Maria Salgado. “Pretendo ampliar meus conhecimentos e futuramente divulgar tais trabalhos”, comenta.

Arqueologia e Patrimônio em Macaé

Conhecimentos sobre quesitos arqueológicos de Macaé foram ministrados para 40 professores de diversas áreas, no Solar dos Mellos, na primeira quinzena de agosto, fazendo parte desse programa de educação patrimonial. A arqueóloga do Museu de Arqueologia da Universidade de São Paulo (USP), Maria Tereza Vieira Parente, proferiu orientações no curso “Arqueologia e Patrimônio em Macaé”, resultado dos trabalhos da empresa A Laska Arqueologia, financiada pela Petrobras.

Em Cabiúnas, encontra-se o sítio arqueológico Tupi-Guarani, na qual foi dado o nome de Cabiúnas 2, onde foram descobertos vestígios desses índios. Tanto o trabalho de pesquisa arqueológica, quanto o trabalho com os professores nesses cursos irão culminar com uma exposição no início de outubro próximo, mostrando à população partes dos vestígios encontrados e os desenhos feitos pelos alunos dos profissionais de ensino que tiveram as aulas no Solar sobre esta temática, cujo fim é disseminar e valorizar o patrimônio histórico macaense.