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Darwin: Placa alusiva à vinda do cientista será instalada na Presidente Sodré

06/11/2008 17:04:14 - Jornalista: Alexandre Bordalo

Uma comitiva composta por três profissionais do Ministério de Ciência e Tecnologia, ligados à Casa de Ciência do Rio de Janeiro, esteve em Macaé, nesta quinta-feira (6), para verificar o local onde será instalada a placa alusiva à passagem do evolucionista inglês Charles Darwin, em Macaé, em abril de 1832. No dia 28 de novembro acontece o ponto alto da Semana de Darwin, quando uma placa alusiva a passagem do cientista será descerrada em Macaé.

O local onde a placa será instalada será entre o chafariz e o relógio solar da Rua da Praia, em frente à sede da prefeitura. Segundo a geóloga do Departamento de Recursos de Minerais (DRM) e coordenadora do projeto Caminhos de Darwin, Kátia Mansur, a idéia é que na Semana de Darwin, haja em Macaé palestras sobre história, escravidão, geologia e paleontologia, assuntos tratados pelo cientista inglês.

Também estiveram em Macaé a produtora executiva da Casa de Ciência do Projeto Caminhos de Darwin, Jurema Rotholz, e Fátima Brito, diretora da Casa de Ciência da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Na placa a ser colocada em Macaé, haverá um mapa antigo do estado do Rio de Janeiro, mostra geográfica das 12 cidades fluminenses onde Darwin passou, citação do naturalista sobre Macaé e uma referência “Você está Aqui”.

- Propomos e esperamos que sejam realizadas atividades nas escolas de Macaé, como por exemplo, produções textuais, teatro, mostra de desenhos e de fotos – disse Kátia Mansur. Ela acrescentou que uma exposição de rochas e minerais por onde Darwin passou e os materiais geológicos que ele viu também deverão ser mostrados na cidade, além do tipo de vegetação de cada uma das 12 cidades em que ele esteve, em 1832.

Para Fátima Brito, além de roteiro turístico por causa de Macaé ter sido alvo dos estudos de Darwin, a cidade também passa a fazer parte de roteiro científico e educacional. “Em seu diário, Darwin falava sobre diversos temas dessas cidades”, conta ela.

A secretaria de Acervo e Patrimônio Histórico (Semaph) estará envolvida na Semana de Darwin. A intenção da Semaph é que entre os dias 26 e 29 de novembro seja realizada uma mostra de 27 vídeos sobre os Caminhos de Darwin, no auditório Washington Luiz, no Solar dos Mellos. Entre eles estão: “A idéia revolucionária de Darwin” e “A viagem de Charles Darwin”.

Nas comemorações pelos 200 anos de nascimento de Darwin, o Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT), por meio do Departamento de Difusão da Ciência e do seu diretor o professor Ildeu Moreira, está promovendo esta caminhada que reconstitui o trajeto feito pelo cientista por 12 cidades do estado do Rio de Janeiro.

O coordenador da Feira Macaense de Ciência, Tecnologia e Inovação, o assessor Marcelo Machado, devido aos trabalhos de difusão da Ciência e Tecnologia que desenvolve em Macaé, participará desta caminhada, que acontecerá entre os dias 26 e 29 de novembro.

A caminhada sairá do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, onde Darwin costumava caçar. O trajeto inclui as cidades de Maricá, Saquarema, Araruama, São Pedro da Aldeia, Cabo Frio, Barra de São João, Macaé, Conceição de Macabu, Rio Bonito e Itaboraí, encerrando em Niterói. Em todos esses municípios, placas serão instaladas.

Ao longo daquele percurso, serão inauguradas 12 placas em locais importantes historicamente nas regiões apontadas por Darwin em suas anotações de viagem. “Ficamos muito felizes com este estudo, em podermos ter o apoio do Ministério de Ciência e Tecnologia e termos mais este momento histórico para Macaé”, diz o coordenador da Femacti, Marcelo Machado.

Ele explica que será apresentado o roteiro seguido por Charles Darwin quando, em abril de 1832, realizou uma visita ao interior fluminense. Saindo do Rio de Janeiro, ele relata em seu diário anotações diversas, sobre paisagem, pessoas, escravidão, costumes, natureza, desde as rochas até a fauna e flora.

- Macaé é parte desta história, contada por este importante naturalista que forneceu informações valiosas para entendermos a evolução da vida na Terra – completa ele, que se refere ao Projeto Expedição Caminhos de Darwin, organizado pelo MCT, Casa da Ciência - UFRJ e DRM-RJ para trazer um pouco destes momentos do passado para todos.

O projeto faz parte das comemorações dos 200 anos do nascimento de Darwin em 2009, bem como os 150 anos do lançamento do seu livro mais conhecido: “A Origem das Espécies”.

Evolução das Espécies

O princípio da evolução postula que as espécies que habitaram e habitam o nosso planeta não foram criadas independentemente, mas descendem umas das outras, ou seja, estão ligadas por laços evolutivos. Esta transformação, denominada evolução das espécies, foi apresentada e explicada satisfatoriamente por Charles Darwin, no seu tratado A origem das espécies, em 1859.

A base da evolução biológica é a existência da variedade, ou seja, as diferenças individuais entre os organismos de uma mesma espécie. Na grande maioria das vezes, os indivíduos produzem uma grande quantidade de descendentes, dos quais apenas uma parte sobrevive até a fase adulta. Assim, por exemplo, a cada ano, o salmão põe milhares de ovos, uma ave produz vários filhotes. No entanto, as populações das espécies em um ecossistema em equilíbrio não crescem indiscriminadamente.

Isto significa que os indivíduos são selecionados na natureza, de acordo com suas características. Freqüentemente menos de 10 % da prole sobrevive. Os indivíduos que apresentarem características vantajosas para a sua sobrevivência, como por exemplo, maior capacidade de conseguir alimento, maior eficiência reprodutiva, maior agilidade na fuga de predadores, têm maior chance de sobreviver até a idade reprodutiva, na qual irá passar estas características individuais vantajosas à prole.

Isto ocorre porque todas as características estão imprensas nos genes do indivíduo. Este é o princípio da seleção natural de Darwin. Darwin mostrou que a seleção natural tende a modificar as características dos indivíduos ao longo das gerações, podendo gerar o aparecimento de novas espécies.

A partir desta teoria, pode-se estudar sob o aspecto evolutivo todo o parentesco entre os seres vivos da Terra, o que culminou em uma árvore genealógica da vida. Nela, os organismos unicelulares semelhantes às bactérias foram os primeiros seres vivos, surgidos a três bilhões de anos nos mares primitivos. A história da evolução da vida está documentada através do registro dos fósseis encontrados pelos arqueólogos e evolucionistas.