Foto: Moisés Bruno
Objetivo do governo municipal é reduzir estatísticas de acidentes de trânsito
Todos os eventos públicos de, no mínimo, 150 pessoas terão que exibir o vídeo institucional “Colabore com a Operação Lei Seca”, de acordo com o decreto 256/2014, publicado pelo prefeito de Macaé, Dr. Aluízio. A medida apresentada, nesta sexta-feira (12), para representantes do governo e imprensa, tem o objetivo de reduzir as estatísticas de acidentes no trânsito e, ainda, alertar a população sobre os riscos da combinação do álcool e direção.
O encontro, realizado no Paço Municipal, contou também com a presença de vítimas de acidentes, que tornaram-se pessoas com deficiência, além das equipes do Macaé Basquete e Macaé Esporte, que abraçaram a causa no município.
- Cerca de 40 mil pessoas morrem, por ano, nos acidentes de trânsito, e 40% dos casos, estão relacionados a bebidas. Portanto, a cada cinco anos falece uma população de habitantes de Macaé. As histórias são diversas, porém, um cenário imutável deve ser a prevenção. Por isso, a obrigatoriedade da exibição desse vídeo busca sensibilizar as pessoas e, assim, evitar determinadas mortes e sequelas -, destacou o prefeito.
O vídeo, elaborado pela Secretaria de Governo do Estado do Rio de Janeiro, tem duração de quatro minutos e seis segundos, disponível no site da Prefeitura de Macaé (http://www.macae.rj.gov.br/politicassobredrogas/conteudo/titulo/video-para-download-da-campanha-colabore-com-a-operacao-lei-seca). Sua exibição deve ser projetada em tamanho compatível com o público estimado, no mínimo, uma vez, no início de cada evento.
A coordenadoria municipal de Postura, ligada à Secretaria de Fazenda, tem a atribuição de fiscalizar o cumprimento e poderá suspender o evento, caso o decreto não seja atendido. A cooperação com o governo do Estado visa contribuir com as políticas públicas de preservação da vida e segurança no trânsito.
O coordenador de Educação no Trânsito da Secretaria de Governo do Estado do Rio, Vitor Paradiso, afirmou que a Operação Lei Seca acaba de contabilizar a redução no número de motoristas flagrados nos testes de alcoolemia, realizados nas blitzes da campanha no estado: 7% contra os 20% registrados, em 2009.
- A queda é fruto de uma mudança no comportamento do cidadão e da aplicação de medidas efetivas de fiscalização e controle. De uma visita no gabinete do prefeito, nasceu essa parceria com coisas boas para Macaé. Nosso lema é: se dirigir, não beba. Vamos conscientizar os jovens para essa importância – disse Paradiso.
A Operação Lei Seca é uma campanha educativa e de fiscalização, de caráter permanente, organizada pela Secretaria Estadual de Governo.
Para o secretário de Mobilidade Urbana, Evandro Esteves, a reunião de forças para alertar a população sobre o perigo da mistura de álcool e direção é bastante positiva: “A punição é necessária, mas a educação dos condutores é fundamental para a diminuição do número de lesões e mortes por acidentes de trânsito”, pontuou.
Agentes cadeirantes contam suas histórias
Vítimas de acidentes de trânsito, que tornaram-se pessoas com deficiência, agora são agentes cadeirantes. Eles estiveram presentes no encontro para contar suas histórias. A proposta é conscientizar as pessoas sobre os riscos de dirigir sob o efeito de álcool. Cláudio Rômulo, 47 anos, Elaine Dutra, 26 anos, e Jadir Antunes, 47 anos, vencem a barreira com ações para educar motoristas.
“Fui vítima de acidente de trânsito aos seis anos e, também, fui abandonado pela minha família no hospital após o acontecimento. Perdi as duas pernas, o motorista do caminhão, que provocou o acidente, suicidou-se com a família. Cheguei a ser adotado, mas, aos 15 anos, quis prosseguir minha vida sozinho. Acabei adotando um casal de filhos. Bebida e direção é perigoso e vida de cadeirante é difícil”, frisou Jadir.
Já Elaine, vítima de acidente de trânsito há 11 anos, morava em Campos e dedicava-se aos estudos para passar em concurso público de uma empresa de grande porte. Com apenas um mês de ter conquistado a vaga, não chegou a assumir o cargo, pois na BR-101, ao encontro da família em Nova Iguaçu, foi vítima de um motorista alcoolizado. “Não bebi, estava com o cinto de segurança, mas acordei no hospital com o médico me explicando que tive uma lesão na medula e estava paraplégica. Tive meu sonho interrompido, mas pelo meu filho, com 8 anos na época, estou aqui, seguindo em frente e, buscando conscientizar outras pessoas”, revelou.