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Deficientes auditivos incluídos em campanha de alfabetização

16/11/2010 16:56:04 - Jornalista: Grazielle de Marco

Foto: Divulgação

Reunião foi nesta terça-feira

A prefeitura de Macaé, através da Secretaria de Educação, firmou mais uma parceria com a Associação Macaense de Apoio ao Deficiente Auditivo (Amada). A instituição deverá abrigar um dos pólos do projeto Analfabetismo Zero, que está sendo desenvolvido pela secretaria. O acordo foi firmado nesta terça-feira (16) durante reunião entre representantes da associação e o secretário de Educação, Guto Garcia.

Para a presidente da Amada, Marilene de Miranda Fernandes, a possibilidade representa um grande avanço na educação dos deficientes auditivos.

- Há nove anos existe a Amada e, desde sua fundação, temos percebido que muitos deficientes auditivos não conseguem se alfabetizar. Esse trabalho será muito bom principalmente para adultos, comemorou.

O secretário de Educação ressaltou que parcerias como essa são muito importantes para o sucesso do projeto de erradicação do analfabetismo.

- Precisaremos da ajuda de todos os setores da sociedade para encontrarmos e aproximarmos essas pessoas da escola. Entendemos que a Amada terá papel muito importante no trabalho com o deficiente auditivo, uma vez que já vem fazendo um belo trabalho com essa parcela da população macaense, comentou.

A Amada é uma associação filantrópica que visa promover a socialização do deficiente auditivo. Foi fundada em outubro de 2001, e atende mais de 70 pessoas, entre crianças, adolescentes e adultos deficientes auditivos. O atendimento é de segunda a sexta-feira, na parte da manhã e à tarde.

A instituição conta com quatro professores, em parceria com a Secretaria Municipal de Educação, um fonoaudiólogo, assistente social, psicólogo e outros profissionais que se dedicam integralmente ao atendimento aos deficientes auditivos. Oferece curso de informática, serviço social, com atendimento a grupos familiares, atendimento em sala de recursos, através de psicopedagoga, reforço escolar, reavaliação do desempenho do ensino fundamental, alfabetização de adultos deficientes auditivos, fonoaudiologia, encaminhamento a médico otorrinolaringologista, educação física, esporte e lazer.

Compromisso com a inclusão

A Secretaria de Educação está comprometida com a educação inclusiva na rede de ensino, uma das determinações do Ministério da Educação . Desde o início do ano letivo, os alunos do Centro Educacional Iracema Figueira Miranda, voltado para portadores de necessidades especiais, passaram a estudar no Colégio Municipal Lions.

Nas salas de aula, o programa funciona com a integração de dois professores que dão aula simultaneamente. Enquanto um ensina as matérias, outro “traduz” a aula para Libras, sigla que representa a Língua Brasileira dos Sinais. “O resultado é que, além de permitir aos portadores de necessidades especiais a possibilidade de acompanhar as aulas, também permite aos outros alunos a chance de aprender a Libras e assim poder interagir melhor com todos os amiguinhos”, explica a orientadora pedagógica, Ildete Soares.

A escola recebeu 19 alunos deficiência auditiva, que, em sua maioria, são transportados pela secretaria até o local, recebendo a educação bilíngüe – Língua Brasileira de Sinais (Libras), como primeira língua e a Língua Portuguesa como segunda na modalidade leitura/escrita.

Segundo a diretora do Colégio, Rosana Tinoco, a adaptação dos alunos foi melhor que o esperado e os pais estão satisfeitos com a iniciativa. “Eles aprovaram nossa estrutura e a nova proposta. Mantemos um canal aberto com aqueles que nos procuram”, explicou a diretora.

- Integrar alunos portadores de deficiência as atividades rotineiras de uma escola pode, a princípio, ser visto como um desafio intransponível. A primeira coisa que se pensa é que atrapalhariam as aulas dos outros alunos. Mas o sucesso do programa “Escola Inclusiva” elaborado pelo MEC e efetivado no Colégio Lions de Macaé está jogando por terra os preconceitos e disseminando emoção e alegria as salas de aula, Guto Garcia, lembrando que em 2009, foi realizado pela primeira vez concurso público para professor de Libras, Braille, intérprete e professor especializado para atender nas salas multifuncionais, suprindo as necessidades de acesso ao conhecimento, disponibilizando o ensino de linguagens e de códigos específicos de comunicação e sinalização.