No próximo dia 11 de setembro, uma delegação de empresários e autoridades de Macaé (RJ) vai a Angola. O grupo - composto por cerca de dez dirigentes de empresas de pequeno e médio portes que prestam serviços à indústria petrolífera macaense, e pelo coordenador de Comércio Exterior da cidade, Adolpho Moura – ficará até o dia 18 no país africano, em busca de informações sobre a área petrolífera no país e de futuros contratos. O objetivo é oferecer seus serviços à ainda incipiente indústria local e, nas palavras do coordenador, mostrar que Macaé pode ser uma ponte de negócios com Angola.
A missão se encontrará tanto com autoridades angolanas, como com funcionários da Petrobras (que já atua lá), com a Associação de Empresários Brasileiros em Angola (Aebran), a Embaixada Brasileira em Angola, o Ministério dos Petróleos, a agência exploradora de petróleo do país, a Sonangol, além de operadoras de petróleo internacionais e representantes comerciais.
- As semelhanças entre Brasil e Angola, como a colonização, o idioma e uma identificação social e cultural, favorecem nossa aproximação. Queremos oferecer nossa tecnologia e experiência a Angola, integrando-nos à sua economia – afirma Moura, acrescentando que já existem cerca de seis empresas macaenses do ramo petrolífero no país.
Essa integração, diz Moura, inclui treinamento de mão-de-obra angolana. Segundo o empresário e líder da delegação macaense, Evandro Esteves, várias das multinacionais da área de petróleo instaladas em Macaé estão também em Angola.
- Prestamos serviço a grandes multinacionais, como Transocean e Halliburton, oferecendo serviços de auxílio às suas atividades na exploração de petróleo. Como muitas delas têm filiais também em Angola, queremos mostrar que podemos oferecer suporte para elas também lá – explica.
Mas o empresariado macaense sabe que o investimento para a implantação em Angola é considerado altíssimo - Luanda é a “oil city” mais cara do mundo. Isto porque, diz Esteves, não há infra-estrutura como casas, lojas e galpões disponíveis para aluguel. Estima-se que o custo para implantação de uma nova empresa (pequena) em Luanda gire em torno de US$ 500 mil.
A delegação conta com o apoio do Itamaraty, através do embaixador brasileiro em Angola, Jorge Taunay, que proferiu palestra sobre investimentos brasileiros no país africano, em Macaé, há dois meses. Foi a partir desse encontro, diz Adolpho Moura, que surgiu a idéia de constituir uma missão macaense para Angola.
Parceria com Luanda - Em termos de colaboração entre Macaé e a capital angolana, Luanda, a prefeitura de Macaé já traçou a estratégia: vai propor ao governador da capital, Job Castelo Capapinha, que firme um protocolo de intenções, que as tornaria cidades “irmãs”, isto é, municípios que colaborariam mutuamente no cenário internacional, ao menos no segmento de petróleo e gás, fator comum entre eles.
Reerguendo-se, desde 2002, de 27 anos de guerra civil, Angola é o segundo maior produtor de petróleo na região subsaariana, depois da Nigéria. O petróleo representa cerca de 90% dos rendimentos externos do país e constitui cerca de 50% de seu PIB. Angola deve dobrar sua produção de petróleo em três anos, para atingir dois milhões de barris por dia em 2008, segundo o grupo britânico de consultores em energia Wood MacKenzie.