Foto: Romulo Campos
Ações da prefeitura para atender ao crescimento das demandas de uso coletivo foram comentadas pelo prefeito
Depois de participar de palestra sobre Macaé, proferida pelo prefeito Riverton Mussi, uma comitiva de vereadores e representantes da prefeitura de Rio Grande, ao sul da capital Porto Alegre, do estado de Rio Grande do Sul, virá a Macaé conhecer de perto a realidade do município. O prefeito voltou da viagem animado com o resultado do intercâmbio entre as duas cidades – Rio Grande, assim como Macaé na década de 70, está para receber grandes investimentos da indústria do petróleo.
O secretário de Gestão, Romulo Campos, acompanhou o prefeito no seminário “Indústria Naval do Rio Grande: uma visão de futuro”, promovido pela Câmara de Vereadores local.
Os incentivos fiscais, o apoio à indústria offshore, a busca por novos empreendimentos com a aquisição do Condomínio Industrial e a implantação do Pólo Industrial foram destaque no painel ministrado pelo prefeito Riverton Mussi na última sexta-feira (6).
- Procuramos passar toda a realidade de Macaé, que por não ter sido preparada para receber os investimentos da indústria do petróleo, sofre até hoje com inúmeros problemas sociais e de infraestrutura, comentou o prefeito.
O presidente da Câmara de Vereadores de Rio Grande, Delamar Mirapalheta, ressaltou a importância das informações repassadas pelo prefeito. “Nossa cidade vai receber investimentos bilionários, como a amplação do porto, Dique Seco, e construção de plataformas. Temos que estar preparados para o crescimento que teremos nos próximos anos. Saber dos problemas enfrentados por Macaé é muito importante neste momento, e agradecemos muito a presença do prefeito Riverton”, disse.
O presidente executivo do Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval (Sinaval), Sérgio Leal, destacou a importância de Macaé no cenário nacional, e a boa disponibilidade do prefeito Riverton em mostrar a outras municípios detalhes sobre os impactos da indústria offshore. “Sem dúvida a presença do prefeito no seminário foi muito positiva. A experiência de Macaé vai ajudar Rio Grande a preparar o seu crescimento”, ressaltou.
O prefeito discursou sobre o impacto social e urbanístico do arranjo produtivo do petróleo e gás em Macaé, desde a escolha pela Petrobras para o município ser o principal centro de suporte às atividades de exploração offshore de petróleo e gás natural na Bacia de Campos, zona de produção que responde por 83% da produção nacional de petróleo e 47% do gás natural.
- O petróleo e o gás natural reestruturaram o cenário socioeconômico e cultural da cidade, com a transformação das suas antigas atividades econômicas, a pesca, agroindústria e pecuária, para uma cultura empresarial voltada para a energia – comentou, lembrando que Macaé passou a receber trabalhadores industriais com altos níveis de qualificação.
- Houve o conseqüente aumento de demandas por habitação, bens de consumo e serviços de uso coletivo. Pessoas de todos os lugares do Brasil passaram a migrar para Macaé, em busca de oportunidade de emprego na indústria do petróleo. No entanto, esta indústria só absorve profissionais altamente qualificados e é em busca da inclusão social e do desenvolvimento para todos que estamos trabalhando – disse.
O impacto social do petróleo, como a invasão de áreas de proteção ambiental e áreas de risco, a necessidade de ampliação das redes de saúde, educação e infraestrutura foram destacados por Riverton. Em seguida, o prefeito pontuou a importância do investimento em ações para promover a qualidade de vida para os moradores da cidade.
- Somente no Hospital Público Municipal, investimos R$ 90 milhões por ano; vamos inaugurar a Unidade de Emergências Pediátricas, o Hospital Maternidade, implantar o Hospital do Idoso e duas Unidades de Pronto-Atendimento, em parceria com o Estado e o governo federal - citou, se referindo aos serviços na rede de saúde.
Prefeito defende investimento em Ensino Superior para gerar capacitação
Na área de educação, além dos investimentos feitos na ampliação do horário integral nas escolas e na construção de novas salas de aula, Riverton ressaltou a criação do pólo de Ensino Superior, com a Cidade Universitária. “Em 2010, teremos doze cursos de graduação gratuitos, tanto da Faculdade Municipal, quanto da UFRJ e da UFF”, comentou.
E os resultados dos investimentos feitos nos últimos cinco anos também foram comentados na palestra: Macaé é a cidade com o maior desenvolvimento do Estado do Rio, segundo a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan); lidera o Índice de Desenvolvimento Infantil no Estado do Rio e é considerada a cidade mais dinâmica do Estado e a segunda do país. “O petróleo impulsionou a conquista de Macaé como a nona melhor cidade do país se trabalhar e, por meio dos nossos projetos, queremos continuar alcançando índices sociais que insiram o munícipe neste mercado de trabalho, por isso desenvolvemos parcerias inclusive em cursos de capacitação”, frisou.
De acordo com o secretário Romulo Campos, a troca de experiência entre os municípios participantes do seminário “Indústria Naval do Rio Grande: uma visão de futuro” foi importante para discutir os impactos socioeconômicos de grandes atividades, apresentar os projetos em desenvolvimento em Macaé e coletar informações sobre outros projetos. “Em Macaé, a população cresceu 551% entre 1940 e 2000, somente em 2007 foram 130 projetos de grandes obras aprovados, o que mostra o impacto da atividade do petróleo”, evidenciou.
O crescimento dos setores de serviço, construção civil e hotelaria, a preparação da cidade para as próximas gerações, com programas como o Água Limpa – que investe na primeira fase R$ 60 milhões – e o arco viário foram lembrados pelo secretário. “O seminário mostrou que Macaé está no caminho certo para refletir em desenvolvimento humano o avanço econômico dos últimos anos”, observou Romulo Campos.
O seminário foi realizado durante todo o dia e abordou a indústria naval, impactos socioeconômicos do setor, legislação aduaneira, mercado de trabalho, construção naval no Brasil, impacto social e urbanístico, competitividade e infraestrutura.
O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, foi um dos palestrantes, e abordou o mercado da construção naval no país. Carlos Lupi frisou que será necessário trabalho nas áreas de infraestrutura, capacitação profissional, saneamento e transporte, entre outras, para a região de Rio Grande se preparar para crescer. O seminário contou ainda com outros vários palestrantes, incluindo o gerente de implantação de empreendimentos da plataforma P-55, Francisco Carlos Ramos, que abordou os “Investimentos do Pólo Naval do Rio Grande”. Também participaram deputados, vereadores, o prefeito de Rio Grande, Fábio Branco, empresários e especialistas do setor.