O Dia Nacional da Luta Antimanicomial, que é celebrado nesta terça-feira (18), foi lembrado em Macaé com uma roda de conversa sobre o tema: "18 de maio – um ato de re-existência". A programação online, que também marca o dia municipal, mobilizou profissionais que atuam na área, usuários atendidos do programa Saúde Mental e familiares, além de universitários na plataforma Google Meet. Macaé segue as diretrizes da Política Nacional de Saúde Mental.
Durante a roda de conversa, a professora doutora Gizele Martins (UFRJ-Macaé) apresentou reflexões sobre a data, a importância do acolhimento e proteção principalmente na pandemia e a necessidade da luta. A oportunidade também contou com declamação de poesia por Fabrique Sanches (CAPS Betinho) e musicalidade especial com Sueli Besante, do CAPSI Oficina da Vida, entre outros convidados.
O movimento antimanicomial caracteriza-se pela luta por direitos das pessoas com sofrimento mental. No centro desse movimento está o combate ao estigma e à exclusão de pessoas em sofrimento psíquico grave, em nome de pretensos tratamentos. O Movimento Antimanicomial faz lembrar que, como qualquer cidadão, pessoas com transtornos mentais, têm o direito fundamental à liberdade, a viver em sociedade, além do direito a receber cuidado e tratamento, sem que para isto tenham que abrir mão de seu lugar de cidadãos.
Segundo o terapeuta ocupacional (CAPS Ad Porto) do Programa Saúde Mental, Júlio Alves, o dia marca a importância da afirmação de uma sociedade sem manicômios, cuidado e liberdade da pessoa com sofrimento psíquico e que faz uso de álcool e outras drogas. "A data é importante para refletirmos e continuarmos na defesa da reforma psiquiátrica como política pública, que precisa ser consolidada, resguardando direitos humanos. Também não podemos esquecer da nossa luta e das conquistas já alcançadas, como a construção dos Caps e as experiências positivas adquiridas através deste trabalho", ressalta.