Foto: Maurício Porão
O Ancyra disponibiliza Atendimento Educacional Especializado para 34 alunos
Considerado um marco histórico das lutas e conquistas dos deficientes auditivos, o Dia do Surdo (26 de setembro) é destaque para a comunidade surda por ter sido criada, em 1857, a primeira Escola de Surdos no Brasil, na cidade do Rio de Janeiro. Para prestigiar a data, o Colégio Municipal Ancyra Gonçalves Pimentel promoveu, nesta quarta-feira (26), uma série de ações de inclusão, como teatro e palestra de Língua Brasileira de Sinais (Libras), apresentação multifuncional, dinâmicas e sala de sensações.
O Ancyra disponibiliza Atendimento Educacional Especializado (AEE) para 34 alunos que apresentam algum tipo de necessidade especial, como a baixa visão, cegueira, surdez, além de deficiência motora e intelectual. De acordo com o diretor do Colégio, Eder Pereira Peçanha, a proposta do evento, que aconteceu nos três turnos, foi proporcionar a integração dos alunos com deficiência e seus companheiros sem deficiência.
"A peça teatral foi uma das ações promovidas durante o dia. Na ocasião, uma adaptação do clássico João e Maria uniu todos os alunos", pontuou o diretor.
As palestras ficaram por conta do primeiro estudante de medicina surdo do Brasil, Matheus da Silva Oliveira (25), da UFRJ-Macaé e do professor de Libras, também da UFRJ, Erick Rommel Hipolito (35). Eles falaram aos alunos sobre suas histórias de sucesso mesmo com o desafio da surdez.
O diretor Eder Pereira ressaltou ainda que as ações de inclusão na unidade de ensino se estendem durante o ano letivo por meio de projetos, como a Oficina de Libras e o Produzindo Autonomia. "A ideia é fazer com que os alunos convivam naturalmente", disse Eder.
Luciano Paixão (12), aluno ouvinte do Ancyra, resolveu se aperfeiçoar em Libras para conversar com seus amigos que possuem deficiência auditiva. "Eu me identifiquei com a linguagem de sinais. Meus amigos são surdos e eu precisava me comunicar com eles. Entendi que nosso mundo é muito pequeno. Há um mundo maior, há um mundo onde todos podemos viver juntos", disse.
Autismo e superdotação também são observados
Segundo dados da rede municipal, cerca de 530 alunos são beneficiados pelo Atendimento Educacional Especializado (AEE) com alunos que apresentam deficiências físicas e múltiplas, autismo, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação.
A rede pública municipal de ensino de Macaé oferece 51 Salas de Recursos Multifuncionais e dez Salas de Apoio Pedagógico Específico. São duas escolas polos para a educação de deficientes auditivos – a Joffre Frossard, de 1º ao 5º anos, e a Ancyra, de 6º ao 9º anos. As duas unidades oferecem a Educação Bilíngue com a Língua Portuguesa e a Libras e também contam com salas de recursos no contraturno. A Escola Lions, no Bairro da Glória, também conta com atendimento especializado dentro da Educação Inclusiva.
