Dia Laranja aborda a doença falciforme e a saúde das mulheres

25/07/2022 16:41:00 - Jornalista: Cris Rosa

Foto: Divulgação

Evento é uma homenagem ao Dia da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha

Para discutir a doença falciforme e a saúde das mulheres, o Espaço Mulher Cidadã, órgão vinculado à secretaria de Políticas para as Mulheres, promoveu nesta segunda-feira (25) o Dia Laranja. O evento é uma homenagem ao Dia da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha.

O tema foi abordado pela enfermeira na Atenção Primária à Saúde e coordenadora do Programa de Doença Falciforme de Macaé, Juliana Amorim. A doença falciforme é a patologia genética hereditária mais predominante no Brasil e no mundo, sendo a anemia falciforme a mais grave entre todas.

De acordo com a coordenadora, a doença caracteriza-se pela alteração dos glóbulos vermelhos do sangue que, ao se modificarem e assumirem um formato de foice, dificultam a circulação e a chegada de oxigênio ao organismo, causando uma série de sinais e sintomas. A prevalência é na população negra.

Anemia crônica, icterícia (cor amarelada na pele e olhos), crises de dor, principalmente nas extremidades, infecções são algumas das complicações causadas pela doença falciforme, que podem afetar quase todos os órgãos e sistemas, levando inclusive à morte.

“As manifestações clínicas da doença ocorrem a partir do primeiro ano e estendem-se por toda a vida desse paciente. Por isso é fundamental que a pessoa que possui o diagnóstico seja acompanhada por profissionais capacitados para esse atendimento”, ressalta Amorim.

A primeira forma de obter o diagnóstico é através do teste do pezinho ou por exame de sangue específico chamado eletroforese de hemoglobina, cujo objetivo é identificar os diferentes tipos de hemoglobina que podem ser encontrados circulantes no sangue.

A coordenadora do programa no município também apresentou um panorama da doença em Macaé: em 2021, foi registrado um óbito, assim como em 2020. São cerca de 50 pacientes, entre crianças e adolescentes, e sete mulheres, sendo uma gestante, uma no período pós-parto e uma lactante (amamentando). Em todo o Estado, foram diagnosticadas 3.403 pessoas (2019).

Juliana Amorim explicou que o uso de medicamentos quimioterápicos melhorou muito a sobrevida dos pacientes. Entretanto, é preciso pensar na qualidade de vida dessas pessoas. A repercussão da doença nas mulheres, especificamente, provoca gravidez de alto risco, incapacidade para o trabalho, afeta a autoestima e o crescimento.

A secretária de Política para as Mulheres, Jane Roriz, enfatiza a importância do conhecimento como forma de chamar a atenção para os desafios enfrentados pelos portadores da doença.

“É fundamental aumentar a visibilidade para uma doença pouco falada. Dessa forma, conseguimos trabalhar políticas públicas para as mulheres, garantindo seus direitos e proporcionando mais qualidade de vida”, aponta.