Foto: Juranir Badaró
Tratamento da asma pode ser feito pelo pediatra, clínico geral e médicos de família
Doença crônica mais comum na infância, a asma atinge hoje em torno de 10 a 20% da população mundial, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Em Macaé, a secretaria de Saúde conta com profissionais especializados para atender a população com problemas respiratórios. Toda primeira terça-feira de maio é comemorado o Dia Mundial da Asma, este ano a data será nesta terça-feira (5).
A pediatra e alergista Martha Morett, que coordena o Programa de Asma e Rinite Alérgica denominado Respira Macaé, vinculado à Coordenação de Vigilância em Saúde, ressalta que o Brasil ocupa a oitava posição em prevalência da doença, de acordo com a OMS. "Nossa proposta é proporcionar maior qualidade de vida para os pacientes com asma. Mesmo não tendo cura, há tratamento e o acompanhamento adequado, cuidados específicos no dia a dia e uso de medicamentos específicos para diminuir os sintomas, que irão evitar o agravamento da doença", frisou.
Ela acrescenta que além do atendimento ambulatorial, os pacientes com asma também recebem o medicamento necessário através da Farmácia Popular Municipal e nas farmácias credenciadas ao programa Farmácia Popular do Brasil, do Ministério da Saúde. O tratamento da asma pode ser feito pelo pediatra, clínico geral e médicos de família - o projeto Respira Macaé também faz parte do Programa das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT).
As irmãs Thayane, sete anos e Clarysse, de quatro anos, recebem acompanhamento com a pediatra e alergista. Segundo a mãe, Márcia Costa dos Santos, as meninas já ficaram internadas várias vezes, depois que começaram a usar os medicamentos adequados, melhoraram bastante e as crises que acabavam em internação diminuíram.
A médica lembra que neste período de proximidade do inverno, os problemas respiratórios tendem a piorar, e o tratamento principal é inalatório, como é o caso das meninas, além de outros medicamentos. "A asma é a terceira causa de internação pelo SUS. Dados do Hospital Público de Macaé (HPM) mostram que a maioria das internações nas Unidades de Tratamento Intensivo Adulto e Pediátrico são por doenças respiratórias", disse.
A gerente do Programa das DCNT, Rossana Espinoza, revela que as doenças do aparelho respiratório, como rinites, asma e a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) representam a quarta causa de óbito no município. "Os óbitos por asma em 2014 permaneceram no oitavo lugar dentro de uma listagem de dez agravos respiratórios", disse.
Rossana acrescentou que houve um aumento significativo no número de internações por asma na cidade. Segundo dados do Núcleo de Controle e Avaliação, em 2013, foram quatro internações em crianças na faixa etária de zero a 14, já em 2014, este número foi de dez internações. Nos idosos acima de 60 anos houve apenas um em 2013 e nove no ano passado. "Houve um aumento das internações em 2014, impactando de forma negativa nas faixas etárias de maior risco", detalhou.
A médica Martha Morett orienta ainda para a necessidade de cuidados em relação aos fatores desencadeadores da doença, como forma de prevenção. "Os pacientes precisam evitar locais como tapete, cortina, bicho de pelúcia, mofo, infiltração e fumo. Além do ambiente, as pessoas com asma devem ter uma alimentação saudável, manter a casa sempre arejada, evitar o sereno e lavar antes de utilizar as roupas de inverno", alertou.
Cláudia Márcia Oliveira Silva levou o filho Jonatas, de seis anos, para consulta. "Ele tem asma e rinite, e como está tossindo muito, trouxe para a avaliação da médica", disse.
A profissional de saúde destaca que os principais sinais de alerta da asma são tosse seca persistente, chiado no peito, aperto no peito, falta de ar, que pode ser acompanhada pela rinite alérgica. "O tratamento da doença, além de melhorar os sintomas, evita as internações, que muitas vezes requer procedimentos de alto custo", detalhou.