Em mais um “Diálogos em Saúde Mental: é conversando que a gente se entende”, promovido pelos Amigos e Usuários da Saúde Mental de Macaé (Aspas), em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde e apoio do Sindipetro-NF, o tema abordado será “Drogas: questão de saúde ou segurança?”
Este quarto encontro ocorrerá, na segunda-feira (27), no auditório do Sindipetro-NF, na Rua Tenente Rui Lopes Ribeiro, 257, no Centro, às 18h, e terá como debatedores a psicóloga Ananda de Moura Resende e o psiquiatra Henrique dos Santos Pazzini, ambos profissionais do Centro de Atenção Psicossocial Álcool e outras Drogas (Caps AD), de Macaé.
O encontro terá como foco, segundo o psiquiatra Henrique Pazzini, a discussão de que a questão das drogas não deve ser tratada só no âmbito da segurança, com força policial, nem somente como um problema de saúde pública. “A questão das drogas é psicológica e eminentemente social. Só é possível resolver o problema como ações intersetoriais. O foco sempre é na recuperação e reinserção social do usuário”, ressalta.
Por este mesmo caminho, a psicóloga Ananda Resende acredita que políticas públicas só serão eficazes quando forem políticas intersetoriais: “Os profissionais da saúde precisam estar melhor preparados para este tipo de atendimento. Mas a responsabilidade não é só da saúde, nem só da família ou da segurança, é preciso que haja vontade política para a ação conjunta”, afirma. Para ela, a educação seria, por exemplo, um ponto fundamental na prevenção primária do uso.
Tema mais que pertinente para o encontro, como afirma a psicóloga da Aspas, Regina Celi, uma das coordenadoras do evento, o Diálogos pretende abordar sempre temas que tratem de preconceitos que enfrentam diariamente o portador de transtorno mental, mas também assuntos de relevância social para a comunidade.
A terapeuta ocupacional da Aspa, Sueli Rodrigues Benante, convida a todos usuários do sistema de saúde, profissionais e comunidade em geral para participarem do Diálogos em Saúde Mental: é conversando que a gente se entende: “Todos são bem vindos e fundamentais ao encontro. O espaço tem sido de troca e de diálogos muito positivos”, finaliza
O que é a Aspas
A Associação de Parentes, Amigos e Usuários da Saúde Mental de Macaé (Aspas) é uma entidade filantrópica sem fins lucrativos, com personalidade jurídica, considerada de utilidade pública, criada em 27 de janeiro de 2006. A Associação tem o objetivo de realizar a inclusão social de pessoas portadoras de transtorno mental e de seus familiares por meio de atividades sociais, culturais e de geração de trabalho e renda.
O surgimento da Aspas deve-se a articulação de profissionais da área com familiares e usuários da saúde mental de Macaé, como forma de apoio a essas pessoas. A Associação oferece oficinas para os usuários, como forma de inclusão social e geração de trabalho e renda.
Conheça algumas ações da Aspas:
Oficina de jardinagem: cultivo de plantas decorativas, condimentares e medicinais. Desenvolvimento de uma consciência ecológica, habilidade no manejo da terra, ocupação das horas ociosas e aproximação dos familiares ao grupo produtivo. Venda das plantas.
Oficina de culinária: vivenciar situações de um ambiente de trabalho por meio da elaboração de receitas e produtos, transferindo as habilidades desenvolvidas no grupo para situações do cotidiano e vendas dos produtos fabricados.
Grupo Loucos pela música: incentivar a socialização através do canto. Novos conhecimentos por meio de audições, exercícios vocálicos, participação em vários gêneros musicais, bem como apresentações junto à comunidade.
Excursão cultural: oportunidade de integração e relacionamento entre os usuários e familiares. São realizadas visitas a pontos culturais.
Chá beneficente: evento realizado para reintegrar os usuários e familiares à sociedade. Na ocasião, são oferecidos alimentos preparados pelos integrantes da Aspas.
Diálogos em Saúde Mental: encontros mensais com a comunidade para discutir temas ligados a saúde mental.
Outras atividades: encontro de profissionais de Saúde Mental; curso de psicopatologia e farmacologia; pintura em tecido e em tela, customização de roupas.