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Dira Paes: ‘Arraial do Sana me despertou o desejo de vivenciar uma experiência cinematográfica do que eu estava sentindo naquele momento’

07/12/2024 22:13:00 - Jornalista: Janira Braga

Arraial do Sana é cenário para o longa-metragem Pasárgada

Em entrevista sobre o filme ‘Pasárgada’, exibido na noite deste sábado (7) na quadra do Colégio do Sana, em Macaé, a protagonista do filme, também diretora e autora do longa-metragem Dira Paes, conta que um dos refúgios para ela na pandemia foi o Arraial do Sana.

- Minha inspiração para fazer 'Pasárgada' foi primeiro o próprio poema em si, que traduzia muito bem o nosso sentimento de desejar um paraíso para chamar de seu durante o período da pandemia. E como um dos refúgios para mim foi o Arraial do Sana, ali me despertou o desejo de vivenciar uma experiência cinematográfica desde a ideia original do projeto que pudesse ser também uma tradução do que eu estava sentindo naquele momento - contou a atriz.

Segundo ela, a Fazenda Três Marias se mostrou cinematográfica nas paisagens e na própria estrutura. “E os seus personagens como o Ciça, esse ator que se revelou uma pessoa tão especial dentro do filme. Ali naquele momento veio a ideia de fazer essa bióloga-ornitóloga que está fazendo um mapeamento de pássaros na Mata Atlântica da região do Sana”, esmiuçou. O ator do Sana, Ilson Gonçalves, interpretou o Ciça no longa-metragem.

Dira Paes disse que a mensagem que ela quer que o público leve para casa após assistir Pasárgada é a de que hoje em 2024, é preciso entender que lado cada um está dentro da história do mundo no contexto do planeta, da fauna e da flora.

- É a urgência desta reflexão e não dissociar a natureza do homem. Então destruir a natureza é como se estivéssemos matando a nossa própria possibilidade de existir - analisou.

Para a diretora, o papel do cinema na promoção da conscientização sobre a conservação ambiental e a importância da biodiversidade se dá porque o cinema é uma arte que propõe o estudo do homem e da vida. “Então, através do cinema, você é capaz de inventar universos, criar realidades e transformar pensamentos e pontos de vista. O cinema tem essa função antropológica, sociológica, psicanalítica, ele é um lugar de acolhimento, de discussão, de transformação, de transcendência”, expressou.

Dira Paes acrescenta que no cinema o indivíduo pode pensar e retomar qualquer assunto. “O material do cinema é a nossa própria vida, é a nossa realidade, existencialista ou não”, exaltou.

Neste sábado, houve transporte para a comunidade assistir ao filme, uma produção da Muiraquitã Filmes, Imã Filmes, Baderna Filmes e Globo Filmes, que estreou no 52° Festival de Cinema de Gramado, recebendo o prêmio de Melhor Desenho de Som.