Quando Jaqueline Amaral de Souza doou sangue pela primeira vez foi para ajudar a salvar uma vida: a da própria mãe que sofria de leucemia. Nesta sexta-feira (25), no Dia Nacional do Doador de Sangue, aos 33 anos, Jaqueline, que é secretária da Petrobras Transportes S.A. (Transpetro) estava na fila do Hemonúcleo do Serviço Municipal de Hemoterapia da secretaria de Saúde de Macaé (Semusa) para doar sangue novamente: “Doar é um ato de cidadania, solidariedade. Eu já passei por um caso na família e essa oportunidade veio a calhar”.
O subsecretário de Saúde de Macaé, o médico Luiz da Penha, esteve no Hemonúcleo acompanhando o Dia Nacional do Doador de Sangue. A responsável técnica pelo Hemonúcleo, Rosangela Murta, ressaltou que os estoques de sangue estão em dia. Mas, lembra que se 2% da população de Macaé – segundo cálculos da Organização Mundial de Saúde (OMS) – doassem sangue regularmente, a demanda seria atendida. “Se toda pessoa saudável entre 18 e 65 anos doasse pelo menos uma vez por ano, certamente não haveria falta de sangue no estoque”.
O Hemonúcleo possui 14 mil doadores cadastrados. Desses, alguns não podem doar temporariamente – é preciso um intervalo mínimo de 90 dias – ou definitivamente por problemas de saúde. “As maiores dificuldades são para conseguir doadores RH negativos. Normalmente, a prevalência dessas pessoas na população é menor e conseqüentemente há menos doadores”, explicou a médica. Dos 45 doares que foram ao Hemocentro no dia Nacional do Doador de Sangue, apenas um não estava apto a doar.
Nesta quinta e sexta-feira (24 e 25) sete funcionários em média por dia, da Transpetro, que funciona no Terminal de Cabiúnas, em Macaé, doaram sangue. “Além da campanha nacional interna que a Petrobras realiza, sensibilizando e mobilizando os funcionários, o Hemocentro foi até Cabiúnas divulgar o serviço de hemoterapia. Através de palestras internas divulgamos a necessidade da doação, não só nesta data específica como também das pessoas manterem a periodicidade. Alguns funcionários também vieram por conta própria”, esclareceu Leandro Ribeiro Quintanilha, técnico de enfermagem de trabalho da Transpetro, que acompanhou o grupo da empresa nesta sexta-feira.
A secretária Cíntia Heizer, de 25 anos, que doou sangue pela primeira vez, lembrou que aos 14 anos já queria doar sangue para ajudar a mãe que passou por uma cirurgia. “É um ato simples. Aproveitei a oportunidade e vim pela primeira vez. Vale à pena ajudar o próximo”. Já Luiz Henrique Barcelos, 40 anos, operador do Terminal de Cabiúnas, não pôde doar. Após informar que contraiu hepatite aos 14 anos soube que não poderia contribuir na campanha. “Se tivesse pegado a hepatite até os 10 anos poderia doar”, explicou.
Aos 51 anos, Erenita Cordeano Oliveira, balconista, aguardava sua vez para fazer a triagem antes de doar sangue. “Quando minha irmã precisou, cinco pessoas da família doaram. Hoje tomei a decisão e vim ajudar outras pessoas que venham a necessitar de transfusão”. Márcio Rangel Corrêa, 20 anos, que trabalha no setor de apoio operacional da empresa Elfe, lembrou que nunca se sabe o dia de amanhã. “Soube, através do jornal, que hoje era o Dia Nacional do Doador de Sangue. Às vezes, alguém fica doente e precisar do sangue que você doou. É um ato de solidariedade que faço pela primeira vez”.
Como doar sangue
Levar documento de identidade
Estar bem de saúde
Ter mais de 18 e menos de 65 anos
Pesar mais de 50 kg
Ir alimentado
Evitar alimentos gordurosos nas três horas que antecedem a doação
Não ser usuário de drogas
Não estar grávida ou amamentando
Não ter tido contato sexual com pessoas que tenham comportamento de risco para Aids
Antes da doação, a pessoa faz triagem de identificação e recebe esclarecimentos sobre a importância do ato. Em seguida, passa por avaliação clínica e comportamental.
O Hemonúcleo do Serviço Municipal de Hemoterapia fica na rua Dr. Bueno, 50, ao lado da Casa de Caridade de Macaé. Funciona das 7h30 às 12h30.Telefone: 2772-5550.