A alimentação de pessoas com Doença Falciforme foi tema de palestra da Coordenadoria da Área Técnica de Alimentação e Nutrição (Catan), direcionada a pacientes do Programa de Doenças Falcêmicas. O encontro aconteceu na Casa da Criança, no Centro.
O próximo domingo (19) é Dia Mundial de Conscientização da Doença Falciforme, enfermidade sanguínea e hereditária que pode ser detectada durante a primeira semana de vida por meio do teste do pezinho. O acompanhamento precoce é fundamental para a qualidade de vida do enfermo.
A Doença Falciforme afeta um em cada mil brasileiros. Há vários tipos que variam em severidade, podendo ser grave. O Programa, coordenado por Juliana Nunes, tem atualmente 50 crianças e adolescentes cadastrados. O acompanhamento é mensal e integrado à Apae/RJ e ao HemoRio.
Laura, de três anos de idade, fez o teste do pezinho na Casa da Criança assim que nasceu. O teste acusou anemia falciforme e a Secretaria de Saúde providenciou que ela fosse à Apae, no Rio de Janeiro, para a confirmação do diagnóstico. Desde então, Laura faz tratamento mensal no Catan, na Casa da Criança e na Apae/RJ.
“Está valendo a pena, porque a Laura está bem. Aqui é ótimo, porque quando ela precisa de acolhimento, logo a equipe marca médico. São uns anjos para nós. É muito grande a importância do teste do pezinho. Todas as mães precisam se conscientizar disso”, ressalta a mãe da menina, Cristiane Gabriel Silva. “Eu não vou ficar dodói... Quero uma maça”, pediu a criança, que desde cedo foi acompanhada por nutricionista no Catan.
Nivia Cheim, enfermeira da Estratégia de Saúde da Família da Bicuda Grande assistiu a palestra com dois objetivos. O primeiro, obter informações sobre a nutrição de seu filho Pedro (de seis anos), que tem a forma mais severa da doença. O segundo, ser multiplicadora destas orientações na Região Serrana de Macaé.
“Obtive o diagnóstico do Pedro através do teste do pezinho e logo ele foi encaminhado ao HemoRio e ao Centro de Tratamento de Anemia Falciforme de Itaperuna. Ele teve a primeira crise no dia de seu aniversário de um ano. Depois de ter feito por muitas vezes o sequestro esplênico, que acontece quando os glóbulos vermelhos falciformes ficam presos no baço, causando o aumento do órgão, ele conseguiu realizar a cirurgia de retirada do baço, em 2020, no Hospital Federal Cardoso Fontes”, conta.
Nivia alerta: “É importante que os responsáveis conheçam o autoexame para observar o aumento do baço, que aponta a necessidade de transfusão de sangue”. E completa: “Hoje ele faz quimioterapia oral e está muito bem. Na Casa da Criança há nutricionistas que entendem esta doença. A palestra foi muito esclarecedora para mim”.
A palestra foi ministrada pela nutricionista do Catan, Pricilla Rocha. Ela passou as orientações gerais para pacientes com anemia falciforme e tratou dos alimentos necessários à boa nutrição das crianças cadastradas no programa. A dieta é restritiva de ferro.
“Nosso objetivo é melhorar a qualidade de vida das pessoas com Doença Falciforme. Há sempre a preocupação com o baixo peso, porque o aumento da produção de hemácias gera mais necessidades calóricas. Também deve se considerar a inapetência, alterações de paladar e os períodos de internação”, destacou.
Também estiveram presentes à palestra, o diretor Administrativo da Casa da Criança, Pablo Corrêa Fontes; a coordenadora da Catan, Verônica Guimarães; e a coordenadora do Programa Teste do Pezinho, Cintia Soares.
Uma capacitação para profissionais da Rede Municipal de Saúde sobre Doença Falciforme vai acontecer na terça-feira (21) e quarta-feira (22), das 9h às 12h, no Paço Municipal.