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Dois alunos do Macaé Paraolímpico são beneficiados com o Bolsa-Atleta

01/02/2007 18:24:00 - Jornalista: Catarina Brust

Dois alunos da equipe do Macaé Paraolímpico de Basquete, foram beneficiados nesta quinta-feira (01), com o programa Bolsa-Atleta. O projeto Macaé Paraolímpico é uma parceira da prefeitura, através da Fundação de Esporte de Macaé (Fesporte) e do Conselho Municipal da Pessoa Portadora de Deficiência Física (CMPPDF). A Sociedade Amigos do Deficiente Físico (Sadef) também participa do programa. A partir de março, o grupo, de mais de 20 atletas, vai iniciar as apresentações nas escolas municipais e particulares de Macaé.

O objetivo do programa é integrar o deficiente no convívio social, promover o esporte, aumentar a auto-estima e buscar vitória em competições oficiais. O projeto foi iniciado em maio de 2006 com dez alunos. “O primeiro objetivo no primeiro ano era conseguir as cadeiras especiais para o esporte, espaço para treinamento e acolher os alunos de Macaé”, explicou o técnico da equipe, Antônio Carlos Ferraz Magalhães, o Pulga.

Com 41 anos, o carioca Antônio Carlos jogou basquete no Fluminense e em Julia Nova, na Itália, e recentemente estava no Vasco da Gama, onde treinava a equipe profissional masculina e feminina do basquete. Durante dois anos dirigiu a Seleção Brasileira de basquete de cadeirante de rodas e foi o técnico da Seleção Brasileira Paraolímpica em Atlanta, nos Estados Unidos, em 1996. Da mesma geração de Oscar, Antônio continua a jogar basquete, e hoje é da categoria master, onde foi campeão em 2003, no World Maxi Basketball, no Complexo Disney, na Flórida (EUA).

O programa Macaé Paraolímpico é direcionado aos atletas com deficiência nos membros inferiores, como paraplégicos, amputados ou com seqüelas de poliomielite. O CMPPDF tem cadastrado em Macaé 1,5 mil portadores de deficiência.

- O projeto do conselho em parceria com a prefeitura está sendo ótimo. Eles estão se esforçando e começando a passar de alunos para atletas, com a experiência que estão adquirindo. O técnico está sendo fundamental para o sucesso da equipe, ele gosta do que faz, já dirigiu a seleção brasileira. Não poderíamos ter escolhido um técnico melhor. Nossa meta é disputar torneios e para isso estamos buscando patrocinadores, ressaltou Hildemar Miranda, diretor do CMPPDF.

No início, o grupo treinava duas vezes por semana, às terças e quintas-feiras, das 13h às 15h. Agora, em janeiro foi ampliado o horário das aulas (das 13h às 16h) e para mais um dia da semana: aos sábados das 13h às 15h. O projeto começou com a implantação do time de basquete, e deverá ser estendido a outras modalidades, como atletismo, tênis de mesa e quadra, entre outros. O projeto engloba ainda atendimento de psicólogos, fisioterapeutas e assistentes sociais.

Sérgio Matos, 22 anos, é um dos atletas beneficiados com o Bolsa-Atleta. Depois de perder parte da perna esquerda num acidente automobilístico há 11 meses, Sérgio entrou para o grupo de basquete do Macaé Paraolímpico, através do irmão Alex.

- Ele é um grande amigo e foi o grande incentivador para eu estar aqui hoje. Ele é enfermeiro do HPM e quando eu sofri o acidente quando dirigia o caminhão, ele me falou sobre o projeto. Entrei na equipe e estou muito contente, falou Sérgio, que estava com a esposa e o filho de sete meses que foram assistir o treino. Aposentado pelo INSS, o ex-caminhoneiro recebe em torno de R$ 400 por mês.

Elias Lourenço dos Santos, 28 anos, também teve sua vida transformada depois do acidente de carro em 27 de outubro de 2002. Nesse dia, ele sofreu um acidente que o deixou paraplégico e com vergonha de sua condição. Depois de um período de isolamento e depressão, Elias foi retornando à vida e hoje está casado e tem dois enteados.

- Eu recebo pouco, então o Bolsa-Atleta vai ajudar bastante. Estou empenhado, treinando, dando o máximo para ser um verdadeiro atleta, observou Elias.

O técnico do Macaé Paraolímpico explica que a meta é fazer um time profissional de basquete de cadeirantes, preparado para as grandes competições. “Estamos nos preparando para participar do Campeonato Estadual de Basquete e do Brasileiro da Terceira Divisão, ambos no segundo semestre. A meta do município é fazer de Macaé um Centro de Excelência de Basquete”, explica o técnico do Macaé Paraolímpico, que também é representante do Comitê Brasileiro de Basquete no município