Nesta quarta-feira (11) o Programa Eco-Cidadão - em parceria com a prefeitura de Macaé, El Paso e a Superintendência Estadual de Rios e Lagoas (Serla) - promoveu o segundo dia de mobilização do projeto Preservar o rio Macaé: Ação de Todos. O evento foi realizado na praça principal da Nova Holanda com distribuição de folhetos e brindes para conscientizar a população ribeirinha da importância do rio. A Coordenadoria Municipal de Defesa Civil (Comdec) participou da ação orientando a população.
O projeto foi lançado no dia nove de dezembro na Escola de Pescadores, mobilizando educadores, lideranças e estudantes na campanha pela preservação do rio Macaé e das águas. A partir de agora, e nas próximas quartas-feiras, as ações vão acontecer nos bairros cortados pelo rio. Nos dias 18 e 25, o projeto vai acontecer no Botafogo e nas Malvinas, respectivamente.
Numa segunda fase, o projeto vai ser desenvolvido nas escolas que funcionam dentro dessas comunidades. Vai ser criado um conselho composto por estudantes e serão realizadas palestras técnicas e concurso de frases sobre o rio.
- Educar no sentido de preservar é questão de saúde coletiva. A qualidade das águas está diretamente ligada à qualidade de vida. As pessoas precisam ter consciência de que as pequenas atitudes constroem uma sociedade melhor ou pior. Elas têm de encarar isso com co-responsabilidade, entendendo que o meio ambiente faz parte da vida delas, explicou Marielza Horta, coordenadora geral do Programa Eco-Cidadão.
O coordenador de Doutrina e Treinamento da Comdec, Bruno Mussi, explicou que o trabalho desenvolvido nesta quarta-feira visa a prevenção e preservação. “Além de distribuir cartilhas para evitar o desperdício de água, elaboradas pelo Sesi-RJ, também entregamos folhetos para a população saber agir em casos de emergência, vendaval e alagamentos. Alertamos também as pessoas sobre os perigos que o lixo pode trazer. O mesmo lixo que eles jogam no rio, provoca os alagamentos que invadem as casas nos dias de temporal”, explicou o coordenador.
Para auxiliar essas comunidades que moram em áreas de risco, a Comdec vai realizar esse ano, cursos de Proteção Comunitária e implementar o Projeto de Agente Mirim de Defesa civil nas escolas públicas municipais e associações de moradores. O curso abrange temas como prevenção de acidentes, preservação ambiental, reciclagem, qualidade de saúde e primeiros socorros. Já o projeto agente mirim visa capacitar crianças e adolescentes de 9 a 15 anos para atuarem em ações preventivas e de primeira resposta a emergências.
A presidente da Associação de Moradores da Nova Holanda, Marlene Barcelos Goulart, a Lena, disse que esse projeto de preservação do rio Macaé, é importante porque o problema do lixo é grave no rio Macaé. “Quando chove esse lixo provoca o alagamento das residências próximas ao rio. Esse projeto é fundamental para educar a comunidade no sentido de não jogar lixo na rua. Temos coleta três vezes por semana. Além disso a secretaria Municipal de Serviços Públicos manda uma carreta para fazer a limpeza das ruas e retirada de entulhos”, disse Lena.
Apesar das agressões ambientais que vem sofrendo, o rio Macaé é um dos últimos rios naturais do Estado do Rio de Janeiro. Com um curso de aproximadamente 136 km, o rio Macaé, antigo rio dos Bagres, nasce na serra de Macaé, próximo ao Pico do Tinguá. A bacia do rio compreende cerca de 1766 km2 e abrange grande parte do município e parcelas dos municípios de Nova Friburgo, onde estão localizadas as nascentes, e de Casimiro de Abreu, Rio das Ostras, Conceição de Macabu e Carapebus. Cerca de 82 % da superfície da bacia está no município de Macaé.
O alto e médio curso do rio Macaé e seu afluentes é dominado por corredeiras, cachoeiras e poços, e orlado por matas ciliares e remanescente da Mata Atlântica. Em março de 2004, o governo do Estado do Rio de Janeiro, por meio da Secretaria estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano e Instituto Estadual de Florestas (IEF), em parceria com a termelétrica El Paso Rio Claro, inauguraram uma área, às margens do Rio Sana, no distrito do Sana, em Macaé, que iniciou o Projeto de Recomposição de Matas Ciliares e Nascentes do rio Macaé.