A Secretaria de Educação celebra o ‘Dia da Consciência Negra’ (20), com eventos na Cidade Universitária, na quinta-feira (18) e na sexta-feira (19). Apresentações de trabalhos acadêmicos e de música; mesas redondas sobre literatura afrobrasileira, cultura e história local e palestra integram a programação dos eventos, que contam com a participação do poeta e membro do Conselho Executivo do Instituto Palmares de Direitos Humanos, Éle Semog, e da educadora da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Azuete Fogaça.
A programação do “Dia da Consciência Negra e Cidadania Afrobrasileira” será realizada na quinta-feira (18), no auditório Professor Cláudio Ulpiano, na Cidade Universitária. Ela será aberta às 16h com a apresentação de sete trabalhos de conclusão de curso da pós-graduação ‘Afrocartografias: marcas da África na Travessia do Atlântico’. Neste ano, cerca de trinta pesquisas foram produzidas pelos concluintes. O secretário de Educação, Guto Garcia, ressalta que Macaé se destaca no Estado do Rio de Janeiro em relação à aplicação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB).
- Pretendemos chamar a atenção da população e especialmente dos educadores da rede municipal para a necessidade de implementação da Lei 11.645/2008, complementar da Lei 10.639/03, que tornou o obrigatório o ensino de História e Cultura Africana e Afro-Brasileira nas escolas de Ensino Fundamental e Médio, incluindo também o ensino de História e Cultura Indígena. Essas leis alteram a LDB com o objetivo de reconhecer e valorizar a diversidade do povo brasileiro. Faremos isso com apresentações de pesquisas produzidas em Macaé do curso de pós-graduação, debates e arte, informa.
O superintendente Acadêmico da Fundação Educacional de Macaé (Funemac), Meynardo Rocha, considera uma importante conquista do município desenvolver uma produção acadêmica local efetivamente aplicada em sala de aula. “Essa é a terceira turma de pós-graduação da Funemac que trabalha com essa temática”, destacou o professor que completa:
- Tivemos o cuidado de não usarmos a palavra comemoração. A intenção é discutir. Trabalhamos com uma lei que ainda não foi completamente implementada no Brasil. Existem ainda muitos pontos há serem concretizados. Aguardamos a participação dos professores da rede para que sejam multiplicadores em seus ambientes de trabalho, convida.
Serão apresentados os trabalhos: ‘Hegemonia nas escolas: Implementação de oficinas literárias nas escolas municipais de Macaé’, de Clinton Davisson; ‘Fazenda Campos Novos: Índios, Negros e Brancos, Espaço de Confluência Cultural na Religião dos Lagos nos fins do período Colonial do Brasil’, de Fábio Henrique Sales; ‘A Trajetória do Negro na Sociedade Brasileira’, de Helena Maria Aded; ‘O Ensino de História e as Leis 10.639/2003 & 11.645/2008’, de Jussara Celestino; ‘A Cultura Negra: ritmo e cor do Brasil nas imagens de Debret’, de Liomar Gonçalves; ‘Narrativas africanas no cotidiano escolar: uma inclusão necessária’, de Margarida Maria Olive e ‘Estratégias e Arranjos das mulheres negras na transição do trabalho escravo para trabalho livre’, de Sandra Leonor Marques.
- Também pretendemos provocar reflexões sobre exclusões, preconceitos e possibilidades de uma forma diferenciada, mais subjetiva, como a literatura pode proporcionar. Por isso convidamos o poeta Éle Semog, que irá lançar seu livro ‘Tudo que está Solto’, disse Meynardo. Semog foi militante do movimento social negro e participou de diversas organizações de combate ao racismo e de promoção da democracia.
A mesa-redonda “Literatura Afrobrasileira – Identidades, expressões, devires”, com a participação de Éle Semog e da coordenadora da pós-graduação, Professora Doutora Sônia Santos, será às 20h. O evento será antecedido por uma apresentação musical de alunos da Escola de Artes Maria José Guedes.
Na sexta-feira (19) acontece o “III Encontro de Arte, História e Literatura África e Africanidade”, que será aberto às 8h, com as palestras das professoras Azuete Fogaça e Sônia Santos, que abordarão a Lei 10.639/2003. Das 14h às 17h, haverá a mesa redonda ‘Cultura e História Local’.