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Educação discute inclusão com professores da rede em reunião pedagógica

26/04/2006 16:42:23 - Jornalista: Cesar Dussac

Dezenas de diretores e professores da rede se reuniram na Escola Municipal Hilda Ramos, na manhã desta quarta-feira (26), para debater todos os aspectos ligados à educação de alunos portadores de necessidades especiais. O tema foi apresentado pela coordenadora da equipe de Inclusão da Secretaria de Educação, professora Aldiégina Canabarro.

A coordenadora apresentou argumentos, frutos de pesquisas científicas, que derrubam os diversos mitos, crenças e costumes, comuns no relacionamento dos familiares com os portadores de necessidades especiais. “Incluir, sempre. Os educadores não podem ser influenciados por esses mitos, cultivados no seio familiar, que muitas vezes prejudicam a formação da criança ou adolescente”, acentuou.

Segundo Aldiégina, o educador deve ouvir a família, buscar a integração da família com a escola, embora os “saberes” sejam diferentes. “O aluno portador de necessidades especiais não pode ser tratado na escola como um coitadinho ou sofrer qualquer tipo de discriminação”, disse a coordenadora. Foram analisados mitos referentes a surdos, cegos, deficientes físicos, aos que apresentam a síndrome de Down, aos que têm algum problema mental e outros.

A professora Aldiégina ressaltou que, segundo o mito, o deficiente físico é sempre um revoltado, o que não é verdade. Afirmou que suas reações são as mesmas de qualquer pessoa. Disse que, segundo as crenças, deve haver espaço só para ele, o que não é real. O deficiente deve ter vida social, espaço na prática de esportes, e as pára-olimpíadas comprovam isso. O mesmo tratamento deve ser dispensado na escola. Deve ocupar todos os espaços, e receber o mesmo carinho e atenção dedicados aos outros alunos. A coordenadora deu como exemplo um dos mitos que envolvem o deficiente auditivo.

- O mito é que o surdo é pouco sociável, e essa crença já foi descartada. Ele tem a personalidade formada com as mesmas possibilidades de qualquer pessoa. Ao professor compete trabalhar com o deficiente auditivo sem deixar que o mito interfira. Quando lido com alguém que não verbaliza, tenho que procurar entrar na forma do outro se expressar. Não posso exigir que ele pense igual a mim, ensinou Aldiégina.

Para a diretora Geisa Ferreira, a escola não pode excluir. “Plantamos a semente da alfabetização na criança desde cedo. Mais tarde, na classe apropriada, verificamos os avanços conseguidos”, observou.