Educação Patrimonial: valorizando a memória macaense

08/07/2014 12:29:00 - Jornalista: Marilene Carvalho

Há uma década transformado em Museu da Cidade de Macaé, o Solar dos Mellos tem sob sua guarda dados relevantes da história do município. São fotos, desenhos, relatos, documentários, livros e outras relíquias que conduzem os visitantes a uma viagem no tempo. A abertura da casa, em 2004, despertou a curiosidade da comunidade com relação à família Mello e seus convivas, à arquitetura singular e do trabalho realizado neste espaço público. Responsável pela gestão do Museu, a Fundação Macaé de Cultura, intermediada pela Vice-Presidência de Acervo e Patrimônio Histórico Cultural, vê na Educação Patrimonial um importante instrumento a serviço da valorização da memória macaense pelas futuras gerações.

E a necessidade advinda da comunidade escolar em conhecer a história local e se reconhecer nela enquanto cidadão fez nascer o projeto ‘Educação Patrimonial - Integração Museu/Escola’, que reconhece o Solar dos Mellos como espaço público de pesquisa, além de divulgar e preservar os valores históricos e culturais do município. Sua proposta é possibilitar à comunidade escolar a leitura do mundo que o cerca, levando a compreensão do universo sócio cultural e da trajetória histórico temporal em que está inserido, valorizando a ideia de pertencimento e de identidade em meio à diversidade.

Visando expandir esse conhecimento, o projeto de Educação Patrimonial abre as portas aos estudantes das escolas do município todas as terças e quintas-feiras. O baú de memória do Solar dos Mellos é aberto também aos grupos pré-agendados, de no máximo 35 pessoas, às quartas-feiras. Nesses encontros, que duram cerca de uma hora, os visitantes são recepcionados no quintal e guiados até o painel da exposição ‘Cezar Mello – Trigos e Letras’, onde se celebra os personagens e as viagens do ex-proprietário da casa, o comerciante Cezar Mello. "A visita ao Solar dos Mellos intenciona reconhecer a arquitetura do chalé e o modo de vida da família Mello na primeira metade do século XX’, comenta a vice-presidente de Acervo e Patrimônio Históricode Macaé, Gisele Muniz dos Santos Cautiero.

O referido projeto se desenvolve em três momentos. O primeiro é a recepção e apresentação com o professor e historiador Bruno Rodrigues, no quintal dos Mellos. A visita vai contextualizando a história da cidade através do mosaico de imagens, intitulado: Relatos e Personagens na História de Macaé, do artista plástico Marcelo Vitiello. Em seguida, os visitantes são convidados a conhecer e prestigiar as exposições temporárias nos salões das dependências da casa. Neste período, evidencia-se a exposição de Cézar Mello - "Entre Trigos e Letras", que vem enaltecer e celebrar os 10 anos de fundação do Museu da Cidade de Macaé, o Solar dos Mellos.

– Entre o trigo, as muitas letras do Cezar Mello desafiam o trabalho do pesquisador que, mesmo predestinado a agir com a imparcialidade que lhe confere, deixou-se envolver com o manuscrito – relatos deixados por este jornalista que se debruçou nas janelas de sua chácara e permitiu-se ouvir e sentir a voz cuidadosa daqueles que viam a Macaé citadina crescer. Momento onde ser macaense era identificar-se com o mar: era ser praieiro e orgulhar-se disto – explica a professora Gisele Muniz.

Em seguida os visitantes se reúnem no auditório do museu em torno da última etapa interativa do projeto. O tutor responsável por cada grupo pode escolher algumas das seguintes atividades: Projeção visual dos temas: Macaé: Entre o Sertão e o Mar; Integração Museu/Escola – Aspectos Arquitetônicos do Solar dos Mellos – Museu da Cidade de Macaé; e Antiga Macaé. Ou Áudio visual, dos temas: Lendas de Macaé e Mota Coqueiro. Pode também optar pelos vídeos documentários, com os temas: Educação Patrimonial, Educação Patrimonial II, Praças e Monumentos, Cezar Mello: "Entre trigos e Letras", e por último Os Conspiradores.