Nesta semana educadores da rede municipal de ensino, incluindo professores, coordenadores e diretoras de escolas têm a oportunidade de conhecer a obra de um dos maiores mestres da arte nacional. A Secretaria de Educação (Semed), em parceria com a Petrobras e a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) está trazendo o Projeto Bauzinho Portinari para Macaé.
Segundo a coordenadora do Núcleo de Arte e Educação e Inclusão da PUC, Sueli Avelar, o objetivo do projeto é resgatar a obra do pintor brasileiro e dar subsídios aos educadores em projetos escolares que incluam a arte em geral. “Trata-se de um dos maiores expoentes da arte nacional e precisamos nos empenhar para que sua obra seja divulgada para os estudantes”, afirma.
Durante a palestra são mostradas telas e fotografias que ajudam a compor um retrato fiel da obra, da vida e da época em que o pintor brasileiro viveu. Detalhes da vida de Portinari poucos conhecidos como o fato de ter uma perna mais curta do que a outra, a infância de educação deficitária e do início prematuro, ao ser convocado por uma trupe de restauradores de igrejas aos 14 anos de idade, fazem parte do leque de informações que são passadas às educadoras durante as aulas que estão acontecendo, nesta quarta e na quinta-feira (24 e 25), para um total de quatro turmas de professores.
De acordo com a coordenadora pedagógica do Colégio Maria Letícia, Marta Helena Cardim, a palestra serve de base para fomentar projetos de educação que já estão sendo desenvolvidos na escola. “Nosso projeto utilizará a arte e o esporte como reforço para alunos com dificuldade de aprendizagem”, conta Marta que afirma já conhecer anteriormente a obra de Portinari, mas nunca teve oportunidade de participar de uma palestra sobre o grande mestre.
Projeto inclui exposição na Galeria de Arte Hindeburgo Olive
Paralela as palestras, Macaé também recebe a exposição Brasil de Portinari inaugurada, na terça-feira (23), na Galeria de Arte Hindeburgo Olive. São 24 réplicas digitalizadas de quadros do pintor que fazem parte do projeto Bauzinho de Portinari, patrocinado pelo Programa Petrobras Cultural. Suely Avellar explica que a ideia do baú surgiu porque se trata de um elemento recorrente na obra de Portinari e que remete à infância dele. “A família de Portinari era de imigrantes italianos e guardava as lembranças do país em pequenos baús compostos de folha de flandres. Em várias de suas pinturas, podemos observar a presença de alguns deles. Daí, surgiu o Bauzinho”, explica.
Embora seja um artista de renome internacional e reconhecimento no Brasil, Portinari ainda não goza no exterior do mesmo status de pintores como Salvador Dali e ou Jackson Pollock. Se em vida Portinari foi convidado a expor em galerias da Europa como Milão, hoje, enquanto um quadro de Pollock é vendido por U$$ 10 milhões, as obras de Portinari não chegam a meio milhão de dólares. Segundo Suely, essa disparidade se deve ainda a falta de divulgação no exterior. “Enquanto temos filmes sobre a vida de Pollock em Hollywood, não temos filmes sobre a vida de Portinari nem no Brasil. Mais importante, porém, é que nosso projeto faz o trabalho de divulgar o artista aqui no Brasil para as crianças, não adianta se os quadros arrecadarem fortunas lá fora se Portinari não for reconhecido aqui, na terra dele”, completa.