Foto: Claudia Barreto
Com carisma e densidade, voz delicada e por vezes rouca de Maria Gadú leva boa música para a platéia do Fest Verão
De longe, Maria Gadú parece uma cantora tímida, embora cheia de atitude, que une a agressividade de um visual neo rock n´ roll com a delicadeza de uma voz suave e por vezes rouca. De perto, ela é tudo isso e muito mais. Em noite de show de Maria Rita e Maria Gadú na Arena do Fest Verão 2010, no Centro de Convenções Jornalista Roberto Marinho (Macaé Centro), Gadú mostrou com humildade, profissionalismo e simpatia a mistura de tendências que é o seu som e Maria Rita mostrou que une todas as características de uma autêntica cantora de samba, dando contemporaneidade a cada canção.
A madrugada de quinta para sexta terminou com o show intimista de Maria Gadú, que subiu ao palco com jeans largo, tênis e regata branca e a cada final de música, agradecia os aplausos com um singelo “obrigada, gente!”. Já Maria Rita demonstrou total domínio de cada centímetro do palco, ocupado por gestos, dança, trejeitos e caretas da cantora, que subiu ao palco com um vestido tubinho prateado.
Se Maria Gadú fez questão de atender a imprensa com extrema cordialidade e atenção antes do show, Maria Rita preferiu a isolada concentração. Questionada sobre influências tribais e indígenas em sua arte, Gadú, apontada como a nova aposta da MBP brasileira, confirmou que também gosta de passear por batidas africanas e já recebeu influências do Xingu, onde convivem diversas etnias.
No bis, Gadú largou pela primeira vez durante o show o banquinho e o violão para uma interpretação madura e audaciosa de “Ne Me Quitte Pas”. Antes do show, ela explicou a ligação com a música francesa: “Meu pai é francês e me acostumei a ouvir Ne Me Quitte Pas, que canto desde pequena”. Gadú também não deixou de cantar “A História de Lily Braun”. “A minha preferida de Chico Buarque”, comentou a cantora de 23 anos.
A inovação de Maria Gadú no cenário da música brasileira é tão precisa que ela consegue unir referências de Noel Rosa a Amy Winehouse, passando pelo rock n´roll e – pasme – até Kelly Key.
Já Maria Rita cumpriu bem o papel de cantora de samba, cantou, pulou, dançou, interagiu com a platéia, fez de tudo que o público gosta e segurou por cerca de uma hora e meia o show, dando interpretações modernas a letras conhecidas e mostrando boa roupagem de suas próprias músicas para o público. O telão panorâmico com animações foi um show à parte na apresentação de Maria Rita.
O Fest Verão é um evento da prefeitura de Macaé com entrada franca e continua no final de semana no Centro de Convenções Jornalista Roberto Marinho, o Macaé Centro, com toda a infraestrutura para a família macaense. Nesta sexta-feira (29), a atração é o axé do Babado Novo para esquentar os tamborins dos macaenses a poucos dias do Carnaval. Sábado é a vez de Marcelo D2 e Leandro Sapucahy, e domingo, mais axé com o grupo baiano Jammil.
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