Macaé registrou um crescimento de 7,28% na geração de empregos formais em 2005, impulsionado pela cadeia produtiva do petróleo e gás. A informação foi divulgada pela Fundação Cide, vinculada ao governo do Estado. Já de acordo com o Ministério do Trabalho, a alta no Estado do Rio foi de 4,93% em empregos com carteira assinada no mesmo período. Os dados mostram uma forte alta de Macaé em comparação com a média estadual.
Considerada a capital nacional do petróleo por produzir 83% do óleo nacional, além de 42% do gás natural, a cidade detém também a sexta colocação do Produto Interno Bruto (PIB) per capita do Estado, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O petróleo é hoje responsável por 18% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, que é a soma das riquezas produzidas no Brasil, o que mostra o peso do setor na economia nacional.
Para o prefeito Riverton Mussi, o acréscimo de 7,28% nos empregos formais em Macaé mostra o cenário econômico favorável que o setor de petróleo e gás contabiliza no país e no mercado internacional. “A prefeitura implantou em 2005 diversos programas de geração de emprego e renda para inserir o trabalhador no mercado e o próprio arranjo produtivo do petróleo contribui para as colocações no mercado, direta ou indiretamente”, analisou.
Riverton mostrou preocupação, no entanto, com um falso mito criado de que Macaé é o novo Eldorado de geração de emprego. “Lembramos que as vagas em Macaé existem para os trabalhadores qualificados em áreas ligadas à exploração de petróleo e gás. Muitas famílias vêm para a cidade achando que aqui é um paraíso de emprego, mas não é. A mão-de-obra necessária para a cidade é de alta qualificação”, alertou.
O secretário de Indústria, Comércio, Desenvolvimento e Energia, Alexandre Gurgel, avaliou que a alta na geração de empregos é um reflexo do aquecimento do setor de petróleo e gás no mundo. Gurgel lembra que o preço do barril de petróleo alcançou valores recordes no ano passado, o que atrai investidores do setor, em busca das oportunidades de investimento e ampliação da capacidade de produção para dar resposta à demanda de mercado.
- Esse processo se reflete na contratação de novos empreendimentos que vão garantir a geração de emprego e renda. Em Macaé, âncora nacional do setor, o indicador da Fundação Cide ratifica esse cenário, que é muito bom, mas devemos lembrar que as oportunidades no município são para mão-de-obra qualificada – ressaltou o secretário.
Já o secretário de Trabalho e Renda, Cláudio Bogado, comentou que o ano passado foi marcado pelo fortalecimento e fixação das empresas de petróleo e gás na região. “Os contratos de 2004 apresentaram reflexo em 2005 neste segmento”, disse. Bogado destacou que a economia no município sofreu forte aquecimento no ano passado na geração de empregos ligados diretamente e também indiretamente ao petróleo.
- O segmento do comércio registrou alta, além das áreas de telemarketing, prestação de serviço e construção civil – pontuou o secretário, detalhando que a economia gira também nesses setores, contribuindo para o aumento de vagas no mercado. Segundo Bogado, a prefeitura vem desenvolvendo um trabalho agressivo de inserção do cidadão de Macaé no mercado de trabalho com a realização de cursos de qualificação profissional de diversas áreas. “Telecomunicações, construção civil, petróleo e gás são alguns setores que promovemos cursos de qualificação”, citou.
O secretário exemplificou que o programa Sem Fronteiras conseguiu qualificar e inserir no mercado 30 jovens no ano passado. “Outro trabalho que desenvolvemos é a conscientização dos gestores das empresas da responsabilidade social que a iniciativa privada tem com a comunidade”, afirmou. E para esse ano, a expectativa é ainda melhor, de acordo com Bogado.
- Nos meses de janeiro e fevereiro, fizemos uma parceria com a iniciativa privada para a promoção de um curso de telecomunicação, no qual tivemos 100% de aproveitamento nas vagas de emprego; no curso de telemarketing tivemos 82% e iniciamos segunda-feira um curso de eletricista com perspectiva de 100% de inserção no mercado. E em breve vamos implantar um projeto de qualificação profissional municipal voltado para todas as áreas – afirmou o secretário, otimista com os índices crescentes da economia macaense.
ABERTURA – O secretário de Comunicação, Romulo Campos, apontou os resultados da abertura do mercado de exploração de petróleo e gás para o somatório de valores que elevam a geração de empregos com carteira assinada. “Somente na sétima rodada de licitações da Agência Nacional do Petróleo, por exemplo, foram oferecidos 16 blocos da Bacia de Campos, arrematados por multinacionais do setor de petróleo e gás como a Devon, a Repsol-YPF e a Statoil, além da própria Petrobras”, analisou, se referindo ao leilão realizado em outubro de 2005.
Macaé contribui (e muito) na economia fluminense
Se a Bacia de Campos não produzisse os mais de 1,7 milhão de barris de petróleo por dia e os 15 milhões e 700 mil metros cúbicos de gás natural, a economia fluminense teria crescido apenas 2,36% em 2005, de acordo com a Fundação Cide. Como o ouro negro existe e é real, o governo do estado pode comemorar a contribuição de Macaé no peso da economia do Rio: a alta na economia do Estado foi de 5,06% no ano passado. O setor de petróleo apresentou crescimento de 15% nesta estatística. O dado mostra a força macaense na economia do estado e a importância da cidade no cenário nacional.
Os 5,06% de crescimento econômico do Estado do Rio no ano passado ficam bem acima dos 2,3% registrados na expansão econômica brasileira, confirmando a tendência da substancial contribuição do município nos índices econômicos.