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A programação foi marcada pela palestra sobre o projeto “Balde Cheio”
Representantes do setor leiteiro de Macaé participaram, na noite desta sexta-feira (12), do I Encontro Municipal de Produtores de Leite, no distrito de Córrego do Ouro, região serrana do município. A programação foi marcada pela palestra sobre o projeto “Balde Cheio”, um sistema de monitoramento da produção leiteira, criado pela Empresa Brasileira de Pesquisa e Agropecuária - Embrapa Pecuária Sudeste e já apresentou bons resultados em 25 estados. O evento, organizado pela Prefeitura, por meio da Secretaria de Agroeconomia, buscou destacar a metodologia de transferência de tecnologia, que contribui para o desenvolvimento da pecuária leiteira em propriedades familiares.
O secretário de Agroeconomia, Aurélio Vasconcellos, afirmou que o projeto é referência na melhoria da produção leiteira com baixos custos. “O município já conta com profissionais treinados na metodologia do Balde Cheio, que irão ajudar os produtores interessados. A iniciativa está consolidada e com resultados em diversas cidades”, disse o secretário. Ele ressaltou a presença do coordenador do projeto, o engenheiro agrônomo e pesquisador da Embrapa, Artur Chenellato, que ministra palestras em todo Brasil.
Durante o encontro, o coordenador do Balde Cheio frisou o conhecimento como uma das principais ferramentas para melhoria da produção. Ele abordou na palestra temas como manejo de vacas e quadro de gerenciamento de produção. “Nosso objetivo é fazer com que o agricultor procure ajuda especializada para salvar seu negócio. O projeto é uma forma de melhorar a produção e o padrão de vida dos produtores. Existem casos de agropecuaristas que elevaram sua renda líquida em mais de 10 vezes”, destacou.
O coordenador do Balde Cheio no Rio de Janeiro, o médico veterinário Maurício Sales, ressaltou que, atualmente, 45 municípios já aderiram ao projeto. São mais de 50 técnicos capacitados e em treinamentos. “Atualmente, são 100 unidades demonstrativas, que mostram a viabilidade de produzir leite em pequenas propriedades. Hoje estamos aqui para sensibilizar os produtores e, desta forma, possam aderir ao projeto”, disse Sales. Segundo ele, no estado, o projeto é promovido pela Federação de Agricultura do Estado do Rio de Janeiro, Sebrae e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar).
Presente na reunião, o produtor leiteiro, Carlos Renato da Silva, do Assentamento Celso Daniel, elogiou a iniciativa da Prefeitura. “Gostei muito do projeto e ficaria feliz em participar dele, pois teria a oportunidade de melhorar a produção. Hoje, tenho oito vacas e apenas duas estão em produção. O Balde Cheio é a minha esperança para melhorar de vida”, revelou.
Experiência – O produtor leiteiro, Jorge Luiz Soares, de Campos dos Goytacazes, aderiu ao Balde Cheio há dois anos. Durante o evento, falou de sua experiência e das conquistas ao longo desses 24 meses.
Antes do projeto, o trabalho era grande e sem resultados. A atividade não gerava recursos e sempre estávamos no vermelho. Com a chegada do técnico agrícola, a realidade mudou. A média era de 180 litros de leite, por dia, e hoje o pico é de 500. A cada ano, essa produção vai aumentando e o interessante é que reduzimos o número de animais, área, custos, e aumentamos a produtividade e os lucros -, contou.
A propriedade de Jorge é acompanhada pelo técnico em agropecuária, treinado pela metodologia do Balde Cheio, João Maciel Neto. Ele explicou que o papel do profissional é olhar a propriedade como uma empresa, traçar o diagnóstico e começar a fazer as mudanças necessárias. “Uma das principais mudanças é a organização”, orientou.