O Programa Macaé Cidadão realizou na noite de segunda-feira (dia 07), na Escola Municipal Maria Izabel Damasceno Simão mais uma edição do Projeto Educando de Cidadania. Numa proposta de envolver alunos de escolas macaenses e a sociedade numa discussão em torno do tema cidadania.
O projeto visa construir uma nova geração de cidadãos macaenses estruturada na educação de base. Nesta terceira edição, o foco do projeto foi apresentar a Pesquisa Domiciliar do Perfil e Levantamento dos Anseios da Família Macaense 2006/2007 aos moradores e representantes das comunidades dos Setores Administrativos Vermelho (SA-04) - bairros Centro, Cajueiros e Imbetiba -; e Azul (SA-01) - Cavaleiros, Imboassica, Novo Cavaleiros e Bairro da Glória.
O encontro foi aberto pela Coordenadora Geral do Macaé Cidadão, Amélia Agusta Guedes, que falou sobre a importância deste projeto para a formação da juventude, que tem ajudado na construção de uma nova sociedade macaense. “A idéia é refletir as questões de cidadania junto à comunidade e ao mesmo tempo trabalhar a inclusão social”, ressaltou a coordenadora Amélia Guedes.Segundo a coordenadora do Macaé Cidadão, Amélia Guedes, a realização do encontro fez surgir multiplicadores para disseminar os temas apresentados.
A programação constou com palestras sobre os temas ‘Exclusão Étnico Racial: Um Mapeamento das desigualdades étinico-raciais no município de Macaé’ proferida pelo sociólogo Luiz Fernandes de Oliveira -; e ‘Exclusão Social e Desenvolvimento Humano: Um Mapeamento das desigualdades e do desenvolvimento sócio-econômico do município de Macaé’ - ministrada pelo sociólogo Ricardo César Costa.
Na oportunidade, o sociólogo Luiz apresentou diversos dados da Pesquisa Domiciliar/2003, que foi transformado no livro ‘Exclusão Étnico-Racial - Um mapeamento das desigualdades étnico-raciais no município de Macaé’, que será lançado no dia 16, no Centro Macaé de Cultura.
Durante a palestra, o sociólogo apresentou uma síntese da análise sociológica da pesquisa. Segundo ele, após o cruzamento de dados referentes à etnia com os quesitos educação, saúde e renda, ficou evidenciado a existência de uma segregação racial não declarada no município. Ele citou exemplos que comprovam este fato, como a questão do salário mais elevado no meio a população de cor branca; o índice de acesso a escolaridade de níveis médio e superior, que privilegia, em sua maioria, pessoas de cor branca.
- Uma das preocupações do estudo é discutir o quanto a riqueza do petróleo tem contribuído para diminuir as desigualdades na sociedade macaense - declarou o sociólogo Ricardo César Costa, autor do livro. Durante a palestra, ele mostrou um panorama do município, ressaltando a exclusão no mercado de trabalho, os índices de desemprego e de alfabetização, além de apresentar o quadro atual da saúde, com dados sobre a mortalidade infantil, entre outros.