A prefeitura de Macaé vai participar do Encontro da Rede Solidária da Pesca, por intermédio da secretaria executiva da Pesca, de terça-feira (15) a sábado (19), na cidade de Santarém (PA). Três assessores da secretaria vão representar a comunidade pesqueira do município – Osvaldo Rodrigues, o presidente da Colônia de Pesca Z3, Oswaldo Romano, e Jaci Silva – com o objetivo de levar experiências locais e trazer informações do emprego de técnicas que obtiveram êxito na prática da pesca por parte dos participantes do evento.
O secretário executivo da Pesca, José Carlos Bento, fala da participação de alguns países no encontro. Ele conta que participou dos três últimos encontros e, desta vez, devido às atribuições, por não poder se afastar do município por um período longo, encarregou três assessores de levarem a Santarém as experiências de Macaé. Ele relata experiências de alguns dos participantes do Encontro.
- Portugal já confirmou presença. Canadá e Moçambique, países que têm muito a contribuir, anunciaram a intenção de participar. Portugal partiu para a industrialização do pescado. O estado acabou com os barcos pequenos e investiu numa frota pesqueira com barcos preparados para a industrialização do produto e capacitados para armazenagem de grandes quantidades.
José Carlos também relatou experiências de outras regiões do Brasil. “Existem grupos que fazem parte do Projeto Pró-Várzeas Amazônia no Alto e Médio São Francisco, que passaram a pescar segundo o peso. Em Três Marias, Minas Gerais, o peixe é beneficiado. Os pescadores tinham facilidade na captura, mas não tinham como estocar o produto, nem havia demanda suficiente para a compra. Passaram a defumar o pescado, sem as vísceras, com excelentes resultados, comenta.
Segundo o secretário, a Rede de Pesca Solidária é um encontro valorizado pelo governo federal, acompanhado de perto pela secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca – SEAP e seus departamentos nos estados. Macaé vai levar a Santarém a idéia de um pólo pesqueiro e outros projetos da Papesca – núcleo de pesquisas da UFRJ – que incluem uma política de pesca responsável, beneficiamento do pescado, melhoria e crescimento da produção, ao longo do tempo, a produção de gelo, a questão do óleo combustível para os barcos, o conhecimento técnico-científico. José Carlos também fala da experiência dos pescadores do município.
- Os pescadores vão falar de sua experiência no cooperativismo, que não obteve êxito, talvez devido à má administração. Oswaldo Rodrigues, um dos nossos representantes, foi um dos diretores da cooperativa de Macaé, e está abalizado a falar dessa experiência, bem como preparado para trazer experiências de outros países, que possam ser executadas em Macaé - observa. José Carlos fala de uma nova ação da secretaria.
- Oficialmente, os governos estadual e federal não têm conhecimento de que Macaé é produtor de pesca, que foi o forte da economia do município antes da vinda da Petrobras. Estamos preparando um banco de dados, que vai mostrar o potencial pesqueiro do município, que o prefeito Riverton Mussi terá em mãos, para dialogar com autoridades das esferas estadual e federal. Oswaldo Rodrigues foi encarregado pelo coordenador da secretaria, Sione Vaz, de entrevistar os proprietários e responsáveis pelos barcos, fazer o levantamento dos nomes das embarcações e sua classificação segundo a modalidade de pesca – camaroneiro, traineira, paeja, pesca de linha, etc. Tudo isso vai constar do documento, esclarece.
Em agosto, será realizado o encontro estadual no Rio de Janeiro. José Carlos fala a respeito. “A esse encontro – Fórum Estadual de Pesca Responsável - vamos levar as seguintes propostas: conhecimento técnico-científico, controle da produção, área de exclusão, beneficiamento do pescado, cooperativismo, além do gerenciamento de instituições”, enumera.
O secretário fala da valorização do pescador, na atual administração. “Macaé tem uma entidade representativa dos pescadores: a Colônia de Pesca Z3, além de uma ONG, que é a Associação de Pescadores. Pela primeira vez, as duas recebem R$ 177 mil por ano, montante que tem beneficiado mais de 300 famílias de pescadores nesses três anos de governo, cobrindo até as carências das épocas de defeso”, conclui.