O bloco de rua T’Ogum Laxé–Macaé promove ensaio aberto à comunidade no próximo sábado, dia 20, das 16h às 22h, no Cine Clube Macaé. São esperados 60 participantes do bloco, que em suas apresentações, se vestem com abadás e turbantes azul, branco e coral. O ritmo é o Ijexá, compassado e envolvente que leva as pessoas, seja de que idade for, a se soltarem e a criarem seus próprios movimentos ao dançar.
Na ocasião, haverá exibição de sete pinturas de Francisco Afonso Figueiredo Filho, cujo enfoque são os orixás e as paisagens. Todas as obras artísticas foram feitas utilizando grãos pintados. Folders com informações sobre doenças sexualmente transmissíveis também serão distribuídos no local.
Segundo uma das organizadoras do bloco, Maria Lucia Vaccari, o objetivo do evento é divulgar a cultura afro-brasileira e chamar a população a participar do grupo, independente da religião. “Será uma tarde de integração entre os participantes do Afoxé e a comunidade”, explica, lembrando que na Bahia os Filhos de Gandhi tem mais de três mil membros.
Surgimento do Afoxé no Brasil
Em 1800, surge em Salvador o primeiro Afoxé, que se chamava Embaixada África, formado por negros da etnia nagô, língua yorubá, da Nigéria. No ano seguinte aparece o Pândegos da África. Atabaques, agogôs e cabaças eram os instrumentos utilizados por eles.
Em 1949, é fundado na Bahia o bloco Filhos de Gandhi, formado por estivadores impressionados com a morte do líder pacifista, no ano anterior. Seus primeiros membros fizeram uma oferta a Oxalá, no lago do Pelourinho para pedir a paz no mundo.
O afoxé reverencia os antepassados, que foram modelos de ética e de moral. O africano acredita que a vida não ocorre apenas neste mundo, logo o afoxé celebra a vida, a vida latente, que se aprende, que se faz, que acontece. O afoxé significa a fala que faz.
Em Macaé
O Afoxé T’Ogum Laxe foi criado em Macaé no dia 26 de julho de 2004. Tem a proposta de divulgar e promover uma das raízes religiosas culturais e recreativas da cultura afro-brasileira, através de ritmos e danças. “Trazemos a consciência de grupo, com comunhão valores e hábitos que respeitamos e que mantém os preceitos culturais, as tradições africanas e afro-brasileiras, que foram adaptadas e assimiladas dentro da nossa sociedade”, afirma Maria Lucia Vaccari. Ela conclui dizendo que o bloco conta com a diretoria centrada nos aspectos de organização administrativa, cultural, social e recreativa.