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Escola Técnica Rural: obras aceleradas

27/01/2012 09:53:37 - Jornalista: Cesar Domerry

Foto: Kaná Manhães

No canteiro de obras, o trabalho não para – 40% da obra já está pronta. Escola será especializada em agroecologia.

Projeto inovador da Prefeitura de Macaé, a Escola Técnica Rural, está com as obras aceleradas. A nova escola está sendo construída no distrito de Córrego de Ouro, e tem como principal objetivo oferecer oportunidades de qualificação profissional aos moradores da região serrana, respeitando a vocação econômica natural dos distritos. A entrega está prevista para o segundo semestre deste ano.

No canteiro de obras, o trabalho não para – 40% da obra já está pronta. Segundo o encarregado, Evandro Daudt da Silva, estão prontos dois pavimentos. O primeiro tem três salas de aulas e dois laboratórios, e o segundo conta com sete salas de aulas, uma biblioteca e um laboratório de informática, além de uma cozinha, um refeitório e uma secretaria.

O gerente do Plano Diretor de Macaé, Hermeto Didonet, presidiu a Comissão de Estudos responsável pela organização e implantação da escola, cujos trabalhos se encerraram no início deste mês. Ele fala das principais características da escola.

- A Escola Técnica Rural será especializada em agroecologia. Vai proporcionar mais opções para os trabalhadores interessados na agricultura natural, orgânica, requisito para a produção de plantas medicinais, insumos para a indústria fitoterápica. Ela estará vinculada à vocação da região serrana, com suas características próprias: pequenas propriedades, terras férteis, abundância de água e associação a atividades agrícolas com a proximidade da mata atlântica, enumerou.

Ele acrescentou à lista o clima ameno da região serrana como ideal para o cultivo de plantas medicinais, matéria prima utilizada pela indústria farmacêutica, o que chama de arranjo produtivo dos fitoterápicos, que deverá contar com a empresa Hebron, indústria cuja instalação no município já está acertada com a prefeitura.

- A Hebron contará com as plantas medicinais cultivadas em nosso território, matéria prima de que precisa para a confecção de seus produtos fitoterápicos, segmento em que é especializada. A escola formará técnicos em agroecologia, profissionais para atuarem no segmento. Contaremos também com a parceria da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que tem vocação para trabalhar com fitoterápicos, e firmou compromisso com o Ministério da Educação de formar aqui uma farmácia popular, onde serão manipulados muitos remédios à base de plantas medicinais, explicou.

Didonet ressaltou que a escola vai trabalhar a agricultura como um todo, e que a agroecologia, em que é especializada, trabalha a agricultura com enfoque ambiental ao nível do pequeno proprietário de terra, que terá a oportunidade, bem como seus familiares, de fazer cursos de pequena duração, para a produção de doces, geléias, pães e outros artigos, visando ao turismo receptivo, aproveitando recursos naturais existentes no local.

Segurança alimentar - Além da Faculdade de Farmácia, faz parte do projeto político-pedagógico a Faculdade de Nutrição que, segundo o presidente da Comissão, está muito interessada no projeto da escola, porque poderá desenvolver programas de alimentação saudável (sem agrotóxicos, pesticidas), visando à segurança alimentar da população, a partir do próprio produtor rural como consumidor, chegando aos alunos da rede municipal, na confecção da merenda escolar, o que vai trazer maior renda a esse produtor, ocasionando o equilíbrio cidade/área rural.

Fitoterapia e o Sistema Único de Saúde (SUS) – Segundo Didonet, a tendência é o município estar preparado para atender todos os itens da medicina integrativa, como Homeopatia, Acupuntura e outros. O tratamento fitoterápico, prática que faz parte dessa medicina, com a produção local vai ser oferecido, regularmente, à população do município e região nas unidades hospitalares.

Desenvolvimento local - Hermeto Didonet chama a atenção para o desenvolvimento local com o advento da escola.

- A agricultura e a pesca sempre representaram pilares da economia de Macaé, além da indústria de laticínios – Cooperativa de Leite – relegados a segundo ou terceiro plano nos últimos 20 anos, devido à ênfase dada ao petróleo. A escola vai cobrir lacunas no desenvolvimento rural e funcionar como componente agregador das potencialidades da região serrana, beneficiando localidades como Sana, Glicério, Areia Branca e outras, finalizou Hermeto Didonet.


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