Escolas do município apresentaram aos orientadores educacionais da rede de ensino trabalhos desenvolvidos ao longo do ano letivo, que trouxeram resultados positivos ao aprendizado. “Arte e Cultura na Educação e Escrita”, do Samuel Brust; Machado de Assis, da Escola Maria Isabel; Xadrez, do Colégio Pedro Adami, e Adolescer, da Escola Poliovalente Anísio Teixeira foram alguns dos projetos apresentados no auditório da secretaria Municipal de Educação (Semed) nesta quinta-feira (9).
As professoras do Samuel Brust, Lúcia Veiga, de português, e Lauren Lima, de Artes, se uniram na criação do “Arte e Cultura na Educação e Escrita”.
- O objetivo principal deste trabalho é despertar nos alunos o interesse pelo estudo da língua portuguesa em todos os sentidos, para enriquecimento do vocabulário – falar bem – conhecendo os grandes nomes da literatura e da música popular brasileira, que se encontra distante da vida dos jovens, e a MPB pode aproximá-los de elementos da cultura brasileira, sendo ela própria um desses elementos. Precisamos de novas maneiras de trabalhar os conteúdos lingüísticos. Mais ou menos 40 alunos se apresentaram, mas toda a escola se envolveu em trabalhos de pesquisa, muitos confeccionaram figurinos, maquiaram os colegas, disse a professora de português.
Segundo Lúcia, ainda menina, aprendeu a ouvir e gostar de MPB. “Minha família me ensinou a ouvir e gostar de Chico Buarque, Caetano, Gil e outros nomes, bem como da poesia e música da bossa nova. Agora, como resultado positivo deste trabalho, temos o testemunho de professores de outras matérias, que constataram o aumento do interesse dos alunos por suas disciplinas”, afirmou Lúcia.
Para Lauren Lima, foi perfeito o casamento entre arte e texto. “A música e a dança desenvolvem a coordenação motora, melhoram a expressão corporal, a expressão facial, o gestual no teatro, e ainda dão vida e emoção às palavras. O projeto também disciplina o jovem e possibilita o exercício do trabalho em equipe, característica de comportamento considerada fundamental no mercado de trabalho”, observou Lauren.
Carlos Henrique Martins, 16 anos, aluno do 9º ano do Samuel Brust, foi ovacionado em sua apresentação. “Faço parte do grupo de Hip Hop do Art Luz há dois anos. Quero ser professor dessa dança e administrador de empresas. Estou muito feliz no grupo. Enquanto pratico a dança, não tenho tempo de ficar na rua com más companhias. Quero exercer um papel útil à sociedade”, afirmou.
O número final da apresentação da escola Samuel Brust trouxe à cena todos os integrantes do projeto, que acompanharam dois clowns na interpretação da música “O Palhaço”, sucesso da década de 70, na voz da cantora Vanusa, que integrou a Jovem Guarda, em meados da década de 1960.
Jean Carlos Almeida, 15 anos, há dois anos no Art Luz, representou um dos palhaços. “Gosto muito dessa música. O autor compara o mundo a um circo, onde todos riem, ficam alegres, mas também choram por dentro, como o palhaço, que faz rir, e esconde o choro. Todo mundo representa como o palhaço no palco da vida. Quero ser ator profissional. Represento desde os dois anos de idade. Vou fazer curso a partir do ano que vem”, disse Jean.
“Adolescer” é um projeto da Escola Estadual Municipalizada Polivalente Anísio Teixeira, em parceria com a secretaria Municipal Especial de Saúde (Semusa), que reuniu professores de Português, Ciências e História. A orientadora pedagógica Ana Cecília Chagas participa do projeto.
- O projeto “Adolescer” foi criado pelos professores dessas matérias com base em coletânea de livros adquiridos pela escola, que tratam da temática adolescência em várias situações próprias da faixa etária: suas dúvidas, conflitos, indecisões. O primeiro passo foi uma conversa com os pais, para explicar os objetivos do projeto, para um público alvo específico de alunos dos 8º e 9º anos, explicou a orientadora.
Segundo Cecília, foi feita uma parceria com a secretaria Municipal Especial de Saúde (Semusa). “Esta parceria permitiu ao Projeto programar uma série de palestras sobre TPM, gravidez, DSTs, AIDS, prevenção, conseqüências do comportamento sexual e fisiologia em geral, transformações do corpo, a cargo de uma médica e uma enfermeira, além da participação de uma psicóloga para falar sobre o psiquismo, a mente, o comportamento emocional próprio da faixa etária”, disse.
O projeto trouxe uma novidade. “Além de palestras, os próprios alunos produziram um vídeo – Namorar ou Ficar – numa parceria entre professores e pais de alunos, que se dispuseram a oferecer locações (residências), equipamentos e figurinos”, ressaltou.
O professor José Henrique da Silva, da Escola Municipal Maria Isabel Damasceno Simão, apresentou o Projeto Machado de Assis, inspirado no centenário da morte do autor. Alunos do sétimo ano compuseram poesias, que focalizaram a biografia do escritor.
Juliana Guerhard: “Seus textos um clássico se tornaram/ E com ele aprendi à literatura dar valor”. Thamirys Vicente: “Ele era um mulato/ Que nunca desistiu de seus atos”. Laryssa Portela: “Nasceu pobre, mas venceu/ Por isso, importante morreu. Nathália Leal: “Machado é um grande exemplo, que devem de tomar/ De nunca desistir e nunca desanimar”. Michael Douglas dos Santos: “2008 – centenário de sua morte/ Podemos aprender que quem foi pobre/ No fundo já foi nobre”.
José Henrique disse que não teve a intenção de fazer de alunos do sétimo ano profundos conhecedores da obra de Machado de Assis. “Procurei provocar o interesse dos alunos pelas obras de Machado de Assis, mostrando a biografia de um filho de lavadeira, mulato, que tinha todas as adversidades pela frente, toda a sorte de preconceitos e, vencendo todos os desafios, se tornou o maior escritor brasileiro”, observou o professor.