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Aline Andrade utiliza trabalho do Ceam como pano de fundo da obra
O trabalho de acolhimento, orientação e prevenção à violência desenvolvido pelo Centro Especializado de Atendimento à Mulher (Ceam) serviu como pano de fundo para o novo livro da autora macaense Aline Andrade, que atende pelo pseudônimo Nora Voux. A obra será lançada, neste sábado (2), na 26ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo.
Com o título de “Agatha Borralheira”, o romance conta a história de uma personagem feminina batalhadora e forte, que trabalha como auxiliar de serviços gerais em uma renomada empresa de arquitetura e se envolve com o líder da organização, com personalidade completamente oposta.
Ao longo do romance, o passado da protagonista é revelado e o leitor descobre que ela foi vítima de violência doméstica no casamento. A abordagem é fruto de uma pesquisa realizada no Ceam, em 2019.
Segundo a autora, a mulher que ler o livro e estiver passando por uma situação semelhante vai se reconhecer. A intenção é que a história possa também despertar o olhar para esse padrão de comportamento.
“As informações sobre o Ceam foram importantes para agregar verdade à história. Espero que a mulher que passa por algo parecido entenda que pode procurar ajuda e que existem caminhos. A personagem consegue sair desse ciclo de violência e retomar a autonomia da própria vida a partir do momento em que conhece os equipamentos de proteção à mulher”, conta.
O livro é uma espécie de releitura para o clássico da literatura e do cinema mundial, usado como pano de fundo para uma série de discussões importantes para a sociedade. Para a secretária de Políticas para as Mulheres, Jane Roriz, a discussão sobre a prevenção e as formas de enfrentamento à violência contra a mulher deve ser cada vez mais difundida.
“A literatura cumpre bem esse papel de ser um importante instrumento de informação e denúncia da realidade. E a partir dessa percepção sobre o que acontece no mundo, o leitor consegue ampliar os horizontes sobre um determinado assunto. Por isso, vejo o quanto é importante valorizarmos esse tipo de trabalho, sobretudo de uma macaense”, destaca.
Aline Andrade começou a escrever em 2015, mas seu primeiro livro foi publicado em 2017.