Especialista do INPH visita área atingida por ressaca

15/08/2006 15:03:22 - Jornalista: Maria Izabel Monteiro

Macaé recebeu na sexta-feira (11), a visita de José Antonio dos Santos, do Instituto de Pesquisas Hidroviárias – INPH – ligado ao Ministério dos Transportes. O especialista em estudos hidroviários veio ao município a convite da secretaria municipal de Obras e foi recebido pelo subsecretário Mário José Bucker, que o acompanhou até a Barra e Fronteira, para verificar a situação da praia atingida por forte ressaca na semana que passou. Segundo moradores da área, todo ano, nos meses de julho e agosto, a região sofre com as ressacas do mar.

O INPH estuda a região desde 1982, acompanhando outros processos de erosão causados pelas correntes marítimas em Macaé, Carapebus e outros municípios. O Instituto já emitiu laudos para a Petrobras e prefeitura de Macaé e realizou inspeção técnica no Rio Macaé e pontal, em agosto de 1990.

Segundo o especialista, a erosão na praia da Barra é fruto de causas naturais e artificiais. As causas naturais acontecem por conjugação de fatores naturais intervenientes no equilíbrio dinâmico do perfil da praia, ou seja, conjugação de fortes ressacas com níveis de água elevados.

As causas artificiais são provocadas pelo homem ao construir habitações em áreas arenosas sujeitas a regressão e engordamento, propiciando a formação de valas por onde se inicia o processo erosivo. Esses fatores são observados em vários locais à beira-mar, como na praia da Barra, onde há muitas construções em área de marinha, sujeitas à ação erosiva ou assoreamento.

Em caráter emergencial, o técnico do INPH recomendou que seja feito o enrocamento longitudinal aderente ao litoral, numa extensão aproximada de 500 metros, com colocação de pedras de grandes dimensões para conter a força da água, o que já vem sendo feito pela prefeitura de Macaé, desde que a ressaca começou a atingir paredes de residências, com risco para os moradores.

Outra recomendação emergencial feita pelo técnico é a recolocação da areia que sai com o movimento da maré. Essa recomendação foi feita também por especialistas do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação, da Coppe/UFRJ, que também estiveram em Macaé na sexta-feira, vistoriando as áreas atingidas pela ressaca.

Segundo o subsecretário de Obras, Mário José, o Instituto enviará ao município, nos próximos quinze dias, o laudo definitivo dos estudos efetuados na área e, a partir desses estudos, a prefeitura vai buscar a melhor solução para os problemas causados pelas ressacas no litoral macaense.