Foto: João Barreto
Cerca de 600 alunos do Engenho da Praia participaram do projeto “África-Mãe Terra”
Até o final do mês, o Dia da Consciência Negra (20 de novembro), será lembrado na rede municipal com diversas programações e intervenções pedagógicas ligadas ao tema. A data é destacada nas 106 escolas municipais com atividades específicas referentes ao tema.
Em Macaé, a rede municipal conta com o programa de Cultura Afro-Brasileira e Indígena. O objetivo é reforçar junto aos educadores do município as novas metodologias e informações para trabalhar com a temática das relações raciais, inserindo o indígena (Lei 11645/08). Esta é uma legislação complementar à Lei 10.639/03, que instituiu a obrigatoriedade do ensino da história e cultura afro-brasileira nas escolas.de Macaé, que visam a obrigatoriedade dos estudos de História e Cultura Afro-Brasileira, Africana e Indígena nas escolas.
Outra proposta da Educação de Macaé é a implantação do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros, espaço que servirá para debates e pesquisas e será um dos únicos da região a tratar especialmente deste tema. O espaço, que irá funcionar na sede do Colégio Municipal Professora Maria Isabel Damasceno Simão, tem como objetivo atender toda comunidade com títulos específicos com foco na africanidade.
De acordo com a responsável pela Cultura Afro-Brasileira e Indígena, Kátia Magalhães, a intenção é intensificar a formação direcionada ao reconhecimento das etnias e valorização da identidade. Para isso, as escolas municipais recebem acompanhamento da coordenação do Programa de Cultura Afro e Indígena, que visita as unidades nos horários de planejamento e acompanhamento dos orientadores pedagógicos, que atuam nas unidades.
Escolas
Desde pequenos, os estudantes conhecem os assuntos por meio de trabalhos individuais e coletivos junto aos alunos. É o caso da Escola Municipal de Educação Infantil Hilda Ramos que desenvolve junto aos alunos a oficina de bonecas Abayomi (boneca de pano negra, de formas e tamanhos variados que representa a resistência e energia do povo africano).
Já no Ensino Fundamental e Médio, os conteúdos são trabalhados nas disciplinas de História, Artes, Literatura, Língua Portuguesa e Matemática, além de projetos interdisciplinares. Entre as escolas municipais estão Almir Francisco Lapa (Aeroporto), e Professora Maria Isabel Damasceno Simão, que desenvolvem o projeto “Pérola Negra”, voltado para a leitura e escrita com a intenção de valorizar as personalidades negras da história. Na lista também está a unidade do Engenho da Praia, que realizou, recentemente, projetos com apresentações culturais, dinâmicas e palestras.
Cerca de 600 alunos do Colégio Municipal Engenho da Praia participaram, nesta semana, do projeto “África-Mãe Terra”. A programação foi marcada por declamação de poesia, música, dança, jogral e dramatização, com destaque para os personagens Martin Luther King, Castro Alves e Chiquinha Gonzaga.
Na oportunidade, alunos e professores puderam apreciar trabalhos de argila e máscaras confeccionadas em sala de aula, além de produtos da culinária africana. Segundo a diretora do Colégio Municipal Engenho da Praia, Ivone de Jesus, o objetivo é destacar o reconhecimento e valorização do povo tão importante para a história do Brasil. “Queremos fortalecer a identidade e contribuir no combate ao racismo”, pontuou.
Animados, os alunos Emerson de Jesus, Natália dos Santos, Gabriel Moraes, Thamiris Gomes e Ana Letícia Guimarães afirmaram gostar da programação.
“Estudamos a história do nosso povo e pudemos perceber que o povo negro é sinônimo de lutas. Sou muito orgulhoso por isso”, contou Emerson, que interpretou Martin Luther King.