Um estudo desenvolvido por servidoras da Secretaria Municipal de Saúde de Macaé foi reconhecido como melhor trabalho no eixo temático “Território, Saúde e Desigualdades”, durante o 1º Workshop Geografia da Saúde: Novas Fronteiras para a Vigilância em Saúde, realizado este mês, na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).
O trabalho, intitulado “Saúde da população negra: caminhos de cuidado”, é de autoria de Franci de Oliveira Barros, Rachel de Almeida Tavares dos Santos, Daniela Bastos Silveira e Simone Sales Caldeira Rodrigues, servidoras da Gerência de Vigilância em Saúde. A pesquisa aborda a implantação do Programa Saúde da População Negra no município e destaca a importância de incorporar o recorte racial nas políticas públicas de saúde.
De acordo com a servidora, Franci de Oliveira Barros, responsável pelo início da coleta de dados que deu origem ao estudo, o reconhecimento representa mais do que uma conquista acadêmica.
“Esse reconhecimento reforça a relevância da produção científica comprometida com a justiça social e evidencia a urgência de incorporar o recorte racial nas políticas públicas de saúde. Mais do que um prêmio, trata-se de um marco que reafirma o protagonismo da população negra na construção de estratégias de cuidado territorializado, culturalmente sensível e antirracista. A premiação valoriza abordagens que reconhecem os impactos históricos e estruturais do racismo na saúde, e aponta para a necessidade de fortalecer práticas intersetoriais que promovam o acesso, a escuta qualificada e o acolhimento da população negra nos serviços de saúde”, destacou.
“Com o recorte raça/cor do perfil epidemiológico de Macaé, teremos políticas públicas que cuidem com dignidade e equidade. Isso só acontece quando todos — profissionais e usuários dos serviços de saúde — entendem a importância do preenchimento do quesito raça/cor por autodeclaração”, completou Franci.
A gerente de Vigilância em Saúde, Daniela Bastos Silveira, também celebrou o reconhecimento. “Essa conquista reforça a importância de fortalecer essa forma de cuidado e de continuar construindo políticas de saúde mais justas e inclusivas", afirmou.