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Exposição de ciclistas universitários pode ser vista no Solar dos Mellos

06/09/2007 15:13:43 - Jornalista: Alexandre Bordalo

Momentos de aventura inesquecíveis para quem viveu, ou melhor, pedalou de Niterói a São Luis do Maranhão são ingredientes do sonho e da magia experimentados por dois jovens, estudantes de arquitetura. Em julho de 2005, Josué do Nascimento Vieira, hoje com 27 anos e Rafael Castro Couto (25) partiram para a emocionante viagem de 24 dias, levando mochilas, barraca e muita disposição. Nada menos que 3055 quilômetros para percorrer.

Do acontecimento surgiu uma exposição, intitulada “Conhecendo a Latinidade das Cidades Brasileiras no Pedal”, que se encontra até o final deste mês de setembro, para visitação pública, no Solar dos Mellos, na Rua Conde de Araruama 148, Centro, entre 10h e 18h. Registros fotográficos, informações do diário de Josué narrando as mais variadas situações que a dupla de universitários teve de passar, a bicicleta e a barraca do estudante, além de kit reparo utilizado durante a viagem, podem ser vistos lá.

- Também disponibilizamos de vídeo-documentário e revista com críticas, objetivos, fotos e fatos como matérias de jornais fluminenses relatando nossa viagem”, explica Josué. Ele acrescenta que o motivo da viagem foi participar do Encontro Latino Americano dos Estudantes de Arquitetura e Urbanismo, naquela capital nordestina. A exposição que agora pode ser vista pelos macaenses já foi mostrada na Universidade de Rondônia e no Sindicato dos Arquitetos do Rio de Janeiro; e também no próprio encontro de arquitetos no Maranhão, que reuniu cerca de dois mil universitários do mundo arquitetônico de vários países, principalmente latinos.

De acordo com Josué, foi um desafio atravessar de bicicleta o sertão nordestino, porém houve compensações. “O povo do Nordeste nos tratou com muita solidariedade, dando-nos acolhida necessária, inclusive almoços. Além disso, eu e Rafael compartilhamos de companheirismo e amizade um do outro durante a aventura”, adianta Josué. Ele conta a liberdade vivenciada por eles, em contato com a natureza quando viram animais silvestres como tucanos, lagartos, papagaios. “Eles eram nossa companhia”, revela.

No entanto, havia preocupação com riscos de assaltos. “Recebemos conselhos para tomarmos cuidado com os motoqueiros, que sob as jaquetas, podiam portar armas. Mas, dois estudantes pedalando não atraíam olhares gananciosos de assaltantes. O pior eram os riscos de vida como ultrapassagens perigosas, quando alguns motoristas imprudentes quase nos atropelavam, e, principalmente a falta d’água”, conta Josué. Sobre isso, ele diz que tiveram de saciar a sede com água de coco, no árido sertão baiano. Porém, avisa: “A satisfação que tivemos quando chegamos a São Luis foi indescritível. Não conseguíamos parar de rir”.

Para o secretário de Acervo e Patrimônio Histórico, professor Ricardo Meirelles, a importância da exposição é que mostra o retrato da região nordestina. “Costumes e arquitetura dos nordestinos podem ser vistos na mostra”, conta o secretário, enaltecendo a solidariedade do povo do Nordeste: “é espetacular a forma como tratam as pessoas de fora, convidando-as para suas casas, sendo calorosas”. Ele informa ainda que os que viajam de ônibus, carro ou avião nunca podem passar pela experiência de contato direto com a população como a vivência dos dois jovens.

Reciclovia

Josué lança trabalho de conclusão de curso na UFF (Arquitetura e Urbanismo) em Macaé. “Meu objetivo é pesquisar a área de urbanismo macaense através de questionário, que cada visitante à exposição irá preencher”, comenta. Conforme o projeto do futuro arquiteto, cujo título é reciclovia, além de implantação de ciclovia onde hoje se encontra o pátio de manobras (Visconde de Araújo e Miramar), o projeto propõe efetivar o transporte intermodal, pelo qual haveria união dos meios de transporte rodoviário, ciclístico, ferroviário e outros.