A exposição “Arte no Limite – ou Corrói, ou Escorre” , do artista plástico Marcio Zardo, poderá ser vista pelo público até sexta-feira (29). Os admiradores de trabalhos artísticos criativos e inovadores poderão dirigir-se à galeria de artes Hindemburgo Olive, entre 14h e 18h. Esta exibição está acontecendo desde o início de setembro, dia quatro. A galeria de artes fica na Avenida Rui Barbosa, 780, no andar térreo do Centro Macaé de Cultura.
Segundo o curador da galeria de artes, o artista plástico Eisaboro Mori, a proposta de Marcio Zardo é utilizar a palavra no suporte que é o papel, levando o expectador-receptor a pensar sobre a questão da arte e da não arte. “É que a palavra, como palavra, propõe linguagem semântica, e os signos (letras) compõem universo simbólico das artes visuais”, enfatiza Mori.
O curador acrescenta ainda que com a justaposição, Marcio coloca ponto de interrogação sobre estética e ética. Eisaboro garante: “Vale a pena conferir estes trabalhos”. As obras estão em spray, em papel Kraft, sempre com diferentes mensagens, dispostas em forma de varal de roupas.
De acordo com o artista Marcio Zardo a utilização da palavra é recorrente nos seus trabalhos. “Sempre busquei nas minhas experimentações enfatizar a materialidade da palavra, seus valores plásticos e sonoros. Interesso-me pela desconstrução das relações tradicionais da linguagem e da imagem, seja em poemas visuais, pequenos textos, frases soltas ou mesmo palavras”, avalia.
Ele afirma também que agrega à poética da palavra elementos plásticos, procurando valorizar os vários códigos da visualidade, buscando nas figuras de linguagem, na justaposição de significados, nas analogias ou na ambigüidade das palavras, surpreender o leitor/visitante e envolvê-lo na proposta. “Proponho um ato de criação conjunta onde o espectador deixa de ser contemplativo e torna-se explorador das possibilidades e probabilidades desencadeadas pelo trabalho”, acrescenta..
Arte no Limite:
ou Corrói, ou Eescorre
Transgredindo intencionalmente as noções estéticas e a comodidade visual, o trabalho é apresentado em peças soltas numa narrativa de forma desmanchada, desconstruída, não linear, onde o que tem significado são os fragmentos e os subtextos.
Pretende impregnar o espectador com as questões colocadas implícita ou explicitamente, por meio de camadas de leitura. O papel Kraft (de embrulho), como suporte midiático das mensagens, pendurado em varais, visa explorar o imaginário do transitório, do descartável, do efêmero, do passageiro.A utilização da tinta em spray dá o caráter de diálogo do discurso mural (como no grafite/pichação), chamando a atenção do público para as reflexões propostas.