Foto: Raphael Bózeo
Visitas guiadas serão oferecidas durante toda a Semana dos Museus
A 17ª Semana Nacional de Museus (SNM) prossegue nesta terça-feira (14) com visitas guiadas, às 9h30 e às 14h30, à exposição ‘Cultura para Todos, o Futuro das Tradições’. A mostra foi aberta, na noite desta segunda-feira (13), com as palestras das empresárias do ‘Café Casarão’, Roberta Reis e Raphaela Santana, e da produtora de café, Adriana Erthal. O tema abordado foi: “Do grão até a xícara, uma breve história do café”. O evento teve início com a roda de capoeira do Polo de Cultura da Fronteira, formada por todos os 45 alunos de Mestre Anu.
A palestra desta terça-feira (14), às 19h, será com o Doutorando Meynardo Rocha de Carvalho, que tratará sobre o tema da exposição, “Cultura para todos, o futuro das tradições”.
Nesta décima edição em Macaé, a 17ª Semana Nacional de Museus propõe uma discussão ampla sobre as tradições em cada localidade do país. O slogan 2019 é ‘Museus como Núcleos Culturais: O futuro das tradições’. A cultura cafeeira, a ferrovia que corta o município e as rodas de capoeira nos terreiros de café fazem parte das tradições macaenses representadas no evento de abertura.
A exposição mescla informações inéditas contidas em documentos históricos, como inventários de 1838, 1849 e 1879, peças da cafeicultura, partes de acervos particulares, além de uma surpresa artística contemporânea de Ric Azevedo. A mostra explora o lado sensorial do visitante, visual, olfativo e tátil, e provoca reflexões sobre sustentabilidade, como o impacto das modernas cápsulas de café para o ambiente e os benefícios do uso da casca do café para solo. Durante o vernissage houve degustação do ‘Café Casarão’, que comercializa a produção da família Erthal. Cláudia Barreto é a curadora da exposição, que foi produzida com a contribuição da equipe do ‘Macaé em Fontes Primárias’, projeto do museu que integra o programa de Educação Patrimonial do município, coordenado pelo historiador Bruno Rodrigues. Ele também é responsável pelo projeto ‘Visita Guiada’.
Do Grão à Xícara
Com o auditório Presidente Washington Luís lotado, a palestra de Adriana Erthal foi introduzida pela história da família no Brasil. O seu tataravô, o imigrante alemão aos 20 anos (1820), João Ertal, foi o primeiro a comercializar café. O ano era 1859, na Fazenda Santa Rita, em Conceição de Macabu. Na família, pesquisadores têm livros publicados sobre a história dos Erthal que se confunde com a do café fluminense. Adriana também explanou sobre um vídeo explicativo sobre o processo de produção moderno do café e suas variedades. Os Erthal foram os campeões do primeiro concurso de café fluminense, em 2010. Desde então, a marca continua premiada. “Obrigada ao museu por valorizar a nossa história”, agradeceu Adriana, que estava acompanhada do seu filho, Arthur, representando seu esposo também produtor, Everardo Tardin Erthal.
A empresária Roberta Reis e sua filha e sócia, Raphaela Santana, exibiram o vídeo “Uma breve história do Café”. Elas fizeram um panorama do vegetal, desde a sua origem na Etiópia e cultura por mulçumanos árabes, até a classificação moderna da iguaria. “O café é agregador desde a sua origem. Sempre teve uma função cultural”, enfatizou Roberta. Já Raphaela destacou os métodos de extração, a cor, os aspectos degustativos e o papel das cafeterias europeias do século XIX. “As cafeterias eram conhecidas como locais em que era possível se adquirir conhecimentos, numa época em que apenas a elite tinha acesso à educação”, frisou.
A vendedora Natália Júlia da Silva, que fotografou o vídeo apresentado, pretende colocar em prática os novos conhecimentos. “Uma experiência muito rica. Não poderia imaginar que o café tivesse tantos aspectos para serem conhecidos. Gostei muito”, disse.
As visitas guiadas irão acontecer durante toda a semana. Para participar da programação variada que irá até sexta-feira (17) não é preciso fazer inscrição, todos os eventos têm entrada franca. O Solar dos Mellos está localizado na Rua Conde de Araruama, 248, no Centro. Informações pelo telefone 2759-5049.