Foto: Thaisa Araújo / FMC
O trabalho mostra uma diversidade de cenários relativos à cultura africana e afro-brasileira
Como parte das comemorações do Dia da Consciência Negra, a Fundação Macaé de Cultura (FMC) inaugurou nesta semana a exposição "Negro em Tela" do artista plástico, Luciano Pauferro. O trabalho mostra uma diversidade de cenários relativos à cultura africana e afro-brasileira. As obras são do acervo do autor e algumas já vendidas para admiradores da arte.
Luciano Pauferro nasceu no estado da Bahia, mas reside em Macaé desde 2010. Como pintor autodidata, ele descobriu seu talento aos 10 anos de idade e, estudando sozinho, conseguiu chegar ao seu estilo próprio - expondo obras que retratam as tradições quilombolas, a beleza feminina e o cotidiano do homem no campo.
A abertura da exposição contou com a apresentação do grupo de estudantes do colégio Ambiente Transformador InterAtivo que encenou 'Mitologia Africana em Cena I". Os alunos fizeram exibições de vídeos e reuniram mitos da religião dos orixás, narrando histórias de deuses como Exu, Ogum, Iemanjá, Iansã, entre outros.O projeto orientado pelo professor José Henrique da Silva conta com a participação de duas turmas do oitavo ano do colégio.
Além das obras de Luciano Pauferro, foi inaugurada no dia 11, a exposição "Negros Conscientes" que apresenta personagem da história do negro na sociedade contemporânea. São 20 fotos com a biografia de homens e mulheres que fizeram história no combate ao racismo e na construção das políticas de igualdade raciais. Dentre os personagens estão Nelson Mandela (líder rebelde e ex-presidente da África do Sul, ganhador do Prêmio Nobel da Paz de 1993) e Zumbi dos Palmares (último dos líderes do Quilombo dos Palmares, o maior dos quilombos do período colonial) e de sua esposa Dandara.
No primeiro dia da mostra "Negros conscientes", o evento recebeu a visitação de dezenas de pessoas. Dentre elas, estiveram os adolescentes que cumprem medidas socioeducativas no Centro de Recursos Integrados de Atendimento ao Adolescente - Criaad, de Macaé, numa parceria entre a instituição e a vice-presidência de Promoção e Preservação da Identidade Cultural e Racial (CPPIR). O presidente da FMC, Humberto Assumpção, esteve presente e prestigiou a abertura da exposição.
Segundo a vice presidente da CPPIR, Zoraia Dias, as exposições marcam a luta dos negros desde o Brasil colônia até os dias atuais.
“A Galeria Hindemburgo Olive é um espaço de arte, história e memória. Pinturas dessas magnitude, como é a obra do Luciano Pau Ferro, e dar visibilidade aos personagens que combateram o rascismo é muito importante porque representa a história negra do Brasil”, conclui Zoraia.
Ainda como parte das comemorações do Mês da Consciência Negra, a Fundação Macaé de Cultura através da CPPIR fará a entrega da “Medalha Carucango", uma premiação concedida às pessoas que se destacam em contribuições sociais relativas à população negra.
O evento que começará às 18h, irá apresentar no Teatro Municipal, a dança "Jongo Macaé", formada por amigos e apreciadores da cultura afro-brasileira. Neste evento haverá ainda a apresentação dos estudantes do colégio Ativo, com "Mitologia africana em cena II"; Macaé capoeira (Gmac) com "Sambados ancestrais" e do saxofonista José Rangel.