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A capoeira foi uma das atrações do evento
Capoeira, Maculelê e Roda de Samba foram as manifestações culturais apresentadas pelas dezenas de crianças e adolescentes participantes das aulas socioculturais do Polo Fronteira, neste final de semana (18 e 19), para celebrar o Dia da Consciência Negra (20 de novembro). Arte, luta, dança e culinária como elementos da cultura afro brasileira estiveram permeando o evento.
Na sexta-feira (18), os alunos, pais e professores apreciaram a exposição "Negros Conscientes" que mostrou vários negros de sucesso no cenário brasileiro. No sábado (19), capoeira, maculelê e roda de samba foram a tônica de todo o dia que culminou com uma feijoada. A roda de conversa ocorreu na véspera, com a vice-presidente de Promoção e Preservação da Identidade Cultural e Racial, Zoraia Dias, que historiou a data, lembrando a morte de Zumbi dos Palmares, um escravo que foi líder do Quilombo dos Palmares e simbolizou a luta do negro contra a escravidão que sofriam os brasileiros de raça negra.
- Durante décadas, a capoeira foi proibida no Brasil. A liberação da prática aconteceu apenas na década de 1930, quando uma variação (mais para o esporte do que manifestação cultural) foi apresentada ao então presidente Getúlio Vargas, em 1953, pelo mestre Bimba. O presidente adorou e a chamou de "único esporte verdadeiramente nacional". Hoje, a capoeira é um patrimônio cultural brasileiro e recebeu, em novembro de 2014, o título de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. Por isso, hoje, temos orgulho em apresentá-la como uma manifestação viva da comunidade - revelou Tânia Jardim, presidente da Fundação Macaé de Cultura.
Um pouco de história - A Lei n° 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que incluiu o dia 20 de novembro no calendário escolar, tornou também obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira. O dia 20 de novembro é feriado nacional porque nesta data, em 1695, morreu Zumbi dos Palmares, nascido em Alagoas, em 1655. Zumbi foi líder do Quilombo dos Palmares, comunidade formada por escravos fugitivos das fazendas e representou a luta dos negros pelo fim da escravidão, no Brasil Colônia. Ele queria manter a cultura africana no país e lutou até a morte pela liberdade dos negros, porém, não viu a Abolição da Escravatura que só aconteceu oficialmente em 1888.