Foto: Rogério Peccioli
Valorizar a cultura de Macaé é objetivo do projeto
Resgate do passado da cidade e valorização de sua cultura e história. Essa foi a experiência de 30 pessoas, entre adultos, idosos e crianças, neste domingo (17), dentro do projeto Lugares de Memória do Solar dos Mellos – Museu da Cidade de Macaé, que proporcionou visita guiada à Fazenda Airis (Córrego do Ouro). O passeio ocorreu entre 8h e 12h.
De acordo com o historiador Bruno Rodrigues, essa fazenda é um patrimônio histórico e lugar de memória da cidade. As pessoas podem conhecer o espaço, sua coleção de móveis antigos e capela. Ele fez uma palestra de 30 minutos, na qual contou que na primeira metade do século XIX a fazenda Airis pertenceu ao Visconde de Mauá e que no final deste mesmo século seu proprietário era o senhor Henrique Coelho Antão.
- Este era pai de Antonio de Vasconcelos, que escreveu livro sobre Mota Coqueiro - conta Bruno, acrescentando que: “O nome ‘Airis’ é oriundo da planta (palmácea) homônima. Servia às tribos indígenas, pois dos seus espinhos os índios faziam claves de flechas. A etimologia da palavra ‘Airis’ foi dada pelo viajante francês Jean de Lery, que passou pelo Brasil em 1557. Ele catalogou a palmácea como Asterocaryum Aculeatissimum”.
A Fazenda Airis passou, no início do século XVIII, por aldeamento feito pelo padre Antonio Vaz Pereira, que evangelizou os índios. A região foi chamada de aldeia de Santa Rita do Sertão do Rio Macaé.
Em meados do século XVIII, a região tornou-se freguesia de Nossa Senhora das Neves do Rio Macaé. O café prosperava muito na fazenda Airis, que fica perto da Fazenda Atalaia, de onde até 1950 tinha origem a água que abastecia a cidade de Macaé.
Em 1920, a Fazenda Airis foi sede de fábrica de aguardente, conhecido como Canarun. Na primeira metade do século XX houve um surto de malária na região, de maneira que os trabalhadores abandonaram a fábrica, a qual foi fechada.
Em 1999, o casal Gonçalo e Angela Pinho Meirelles Dias passou a ser proprietário da fazenda; fez sua restauração, mantendo a arquitetura original.
Coleção de móveis antigos
Na Fazenda Airis, os visitantes podem apreciar uma coleção de móveis fabricados entre 1840 e 1960, como cadeiras Luis XV, cristaleiras, oratórios e escrivaninhas. Todos os móveis estão cuidadosamente dispostos numa antiga usina de açúcar e álcool, desativada em 1950, mas inteiramente preservada. O imóvel foi transformado em museu, com visitação gratuita e aberta ao público, que pode conhecer ainda sua capela bastante acolhedora.
Entre as peças da coleção estão móveis de jacarandá - árvore que hoje está em extinção e teve o corte proibido por lei -, dispostos em uma área de três mil metros quadrados. Há ainda um ambiente no qual estão expostos berços e camas. A Fazenda Airis, localizada na estrada RJ-168, tem 1.500 hectares. Para agendar visita, é só ligar para (22) 2762-2161.