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Feirinha: um espaço popular

12/07/2006 15:44:58 - Jornalista: Alexandre Bordalo

Funcionando há nove anos na quadra em frente ao Hospital, na Praça Veríssimo de Mello, a Feira da Agroindústria Familiar de Macaé (Afam) reúne as quintas-feiras, entre 16h e 22h, um público flutuante de cinco mil pessoas. Cinqüenta e quatro barracas vendem de tudo um pouco: pães exóticos com bacalhau e banana, massas e lasanhas feitas na hora, caldos, bombons, bolos, sucos e outros quitutes. Nas barraquinhas de artesanato são vendidos biscuit, velas perfumadas, objetos de cerâmica etc.

Segundo a presidente da Afam, Jussara Maria Figueiredo Necco da Fonseca, a prefeitura cedeu o espaço, além de doar diversos materiais como sacolinhas. Inicialmente, a feirinha começou com apoio da Emater (Rio e Macaé), Sebrae e prefeitura. “Todos os cerca de 150 expositores são provenientes de famílias da área rural (a maioria), cada uma confecciona seu produto e vende, sem a presença de terceiros pra revender”, destaca Jussara.

Ela diz que a feirinha funciona sempre, seja em dias de chuva ou feriado, com fregueses vindos de cidades vizinhas como, por exemplo, Rio das Ostras. “Os alimentos são fiscalizados, quanto à higiene e qualidade, pela Vigilância Sanitária”, informa. Ela acrescenta que os produtores têm cursos de manipulação de alimentos para oferecer o melhor aos consumidores. Exames de saúde regulares também são realizados, uma vez que os produtores relacionam-se com o público.

Setenta por cento das barracas são de alimentação e trinta por cento de artesanato. A maioria dos vendedores é composta por produtores rurais. Joaquim Salim Selem da Fonseca vende em sua barraca produtos da Fazenda Fazendinha: queijos, leite e iogurte, tudo matéria prima da cabra. Já, Neide Neves Saraiva Freixo produz em sua casa doces cristalizados de laranja, figo e jaca, além de licores dos mais diversos sabores, cravo, canela e gengibre, genipapo e jabuticaba, entre outros.

Com o dinheiro das vendas, ela ajuda o estudo universitário das filhas, além de colaborar com as despesas domésticas. Neide está na feirinha desde 1997. “Através da agroindústria familiar – conta com a ajuda do marido – tenho ocupado o tempo e utilizado minha criatividade”, explica.

A artesã Cleice Lúcia Gomes da Silva Mota pinta manualmente tecidos, camisas e caixas, divulgando o nome de Macaé, inclusive toalhas com desenhos do farol velho. “Com o lucro obtido, invisto em cursos para desenvolver os trabalhos, além de colaborar com o sustento familiar”, destaca.