Filme é debatido no Solar

10/05/2016 17:48:00 - Jornalista: Alexandre Bordalo

Foto: Bruno Campos

Na próxima segunda-feira, mais documentários serão exibidos

Busca de cidadania e reconhecimento em termos de identidade e cultura, além de demarcação das terras da comunidade quilombola, localizada no norte do Tocantins, foi assunto debatido por 35 pessoas durante o primeiro filme exibido pela 10ª Mostra Cinema e Direitos Humanos, na noite desta segunda-feira (9), no Solar dos Mellos – Museu da Cidade de Macaé. Estiveram presentes ao debate, após terem assistido ao documentário, estudantes de Pedagogia e História da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Macaé (Fafima), além da presidente da Fundação Macaé de Cultura, Tânia Jardim, o vice-presidente de Acervo e Patrimônio Histórico, Ricardo Meirelles e os professores Marcelo Abreu e Conceição Franco.

A história do documentário ‘Félix, o Herói da Barra’ trata do ex-escravo Félix José Rodrigues, que, por atos de bravura na guerra do Paraguai, recebeu no final do conflito sul-americano, como prêmio de dom Pedro II, terras localizadas no atual estado do Tocantins. Seus descendentes tiveram perda do documento de posse e formaram comunidade quilombola que luta pela posse das terras, invadidas por fazendeiros com o passar do tempo.

A 10ª Mostra Cinema e Direitos Humanos no Mundo é promovida pela Secretaria Especial de Direitos Humanos do Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e Direitos Humanos, em parceria com o Ministério da Cultura. O Solar dos Mellos é ligado à Fundação Macaé de Cultura.

Segundo Tânia Jardim, é válido registrar a importância do entrosamento dos alunos da faculdade macaense com o centro de memórias, aproximando e envolvendo a academia com a história e o processo de construção de um olhar crítico. “Tudo isso parte dessa iniciativa positiva, onde alunos, professores e apreciadores se reúnem em torno desses documentários brasileiros que têm como tema os direitos humanos, enfatizando o respeito ao público-alvo dos filmes como cidadãos", diz a presidente da fundação.

Já Ricardo Meirelles analisa o filme pela ótica de que tem como plano de fundo a guerra do Paraguai, mas faz com que Félix se torne herói, tratando da saga de seus descendentes para provar que a terra lhes pertence. “Também ocorre nesta comunidade quilombola o aspecto místico, no qual creem em milagres de Vanvirgem (irmã de Félix), da mesma maneira que isso ainda se deu com Antonio Conselheiro em Pernambuco, com o Padre José Maria, no Contestado (Paraná) e com Padre Cícero no Ceará.



Programação

Os documentários buscam conscientizar sobre realidades vivenciadas por pessoas que vivem à margem da sociedade, difundindo o conhecimento sobre sua cultura e valorizando o respeito a eles como cidadãos, além de procurar construir atitudes em prol de um novo olhar a essas pessoas, tratando como males para a sociedade a situação de conflito e de violações dos direitos humanos. Os filmes tratam de mulheres, indígenas, moradores em situação de rua e outros cidadãos, numa busca da sociedade ideal e justa para todos.

Nas segundas-feiras (16 e 23 de maio), entre 18h30 e 20h30, documentários brasileiros que tratam a temática de direitos humanos serão exibidos e debatidos, no Auditório Washington Luis. A entrada é gratuita e o Solar fica na Rua Conde de Araruama, 268, Centro. No dia 16, haverá a exibição dos filmes ‘O muro é o meio’, de Eudaldo Monção Jr. (15 min) e ‘Por que Temos Esperança?’, de Suzanna Lira (71 min). Já no dia 23, as pessoas que marcarem presença no Solar poderão assistir aos documentários ‘Do Meu Lado’, de Tarcisio Lara Puiati (14 min), e ‘Os bebês roubados pela ditadura argentina’, dirigido por Alexandre Valenti (100 min).


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