Foto: Guga Malheiros
“Guerra” contra o mosquito contou com a participação de militares e governos Federal e Municipal
O Exército Brasileiro e a Marinha do Brasil foram para a “guerra”, neste sábado (13), em Macaé. Mas, ao invés de canhões e armamentos, a munição era outra bem diferente: panfletos informativos, que visam à conscientização da população contra um oponente quase invisível, mas que vem causando muitos transtornos ao país inteiro, o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, do zika vírus e da febre chicungunha. O prefeito Dr. Aluízio, o representante do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marcelo Lubaszewski, o secretário municipal de Saúde, Pedro Reis, e agentes do CCZ, se uniram aos militares nesta luta.
A participação dos militares foi uma determinação do Ministério da Defesa. A ação faz parte do dia nacional de mobilização contra o mosquito e foi realizada em todo o Brasil, com o objetivo de ir às ruas e alertar a população para os perigos do Aedes. O prefeito Dr. Aluízio falou sobre a importância de conscientizar a população de que é preciso cada um fazer sua parte neste combate, que uniu o país inteiro.
- Em cerca de 90% dos casos, os criadouros do mosquito estão dentro de casa. Então, é preciso um cuidado, uma atenção maior em seu próprio território. Com essa conscientização, vamos entender que cuidar do outro também é cuidar de nós. É preciso cuidar do lixo também e fazer um descarte regular. Nesta manhã, estivemos no Parque Valentina Miranda e tiramos três caminhões lotados de lixo, de um pequeno terreno baldio. E isso é algo constante. Só com conscientização para se vencer essa guerra – explicou o prefeito.
O secretário de Saúde, Pedro Reis, endossou a fala do prefeito e lembrou que em Macaé ainda não foram comprovados casos de microcefalias pelo zika vírus. “Sabemos que a microcefalia é causada também por outros motivos, como a rubéola. Em Macaé, não foi identificado nenhum caso pelo zika. Esse trabalho de conscientização é importante para iniciar a mudança de comportamento da população. Esse pensamento cidadão deve partir de nós e vale para todos os aspectos da nossa vida”, ressaltou o secretário.
Presidente da Ceitec S.A, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marcelo Lubaszewski foi um dos representantes do governo federal destinados para acompanhar a missão em 356 municípios. “O governo federal nos mobilizou para essa campanha de caráter educativo, para falar da necessidade de erradicar o vírus. As ações são antigas e temos 115 municípios endêmicos, com incidência de dengue. No caso da zika, todos os cientistas e tecnologistas estão empenhados no trabalho de conhecer a doença, até buscar o desenvolvimento de uma vacina, por exemplo”, afirmou.
Forças Armadas - Comandante do Exército em Macaé, o major Daniel Tenenbaum, enviou para as ruas um efetivo de 120 homens, sendo 60 para Macaé e 60 para Rio das Ostras. O major falou sobre a importância da mobilização social conjunta e da conscientização das pessoas em tomarem conta do seu espaço, orientando que os panfletos sejam colocados nas caixas dos correios das casas que estivessem fechadas e os endereços anotados para posterior visita.
Já o delegado da Capitania dos Portos, o capitão de Fragata Fábio dos Santos Riera ressaltou que o problema do mosquito Aedes no Brasil é, tipicamente, um problema militar, mesmo a “guerra” sendo contra um oponente incomum. Segundo o delegado, é necessário que o país use todos os recursos a fim de minimizar os impactos. Capitão Riera ressaltou que tem sido muito boa a recepção da população, que tem entendido a importância dessa ação.
Apoio de todos - Coordenadora da Gerência de Vigilância em Saúde, Ana Paula Dal-cin lembrou que é constante, e praticamente ininterrupto, o trabalho de conscientização e as visitas dos agentes de endemias às casas. “O trabalho não para nunca. Há toda uma rotina e, em dias como esses, intensificação nas visitas feitas pelos agentes. A novidade é que firmamos parceria com agentes comunitários de saúde. Mas precisamos que os 234 mil habitantes de Macaé sejam unidos e também se tornem agentes em seus bairros. O governo precisa do apoio de todos”, evidenciou a coordenadora.
O supervisor geral do CCZ Macaé, Flávio Paschoal, citou alguns casos encontrados durante visitas recentes a residências no município. “Encontramos coisas como caixas d’água destampadas. É necessário monitorar, acompanhar para eliminar os criadouros, tampar as caixas. E nesse período de chuva a atenção deve ser redobrada”, informou.
Moradores do bairro Lagoa, um dos locais que foram visitados neste sábado, recepcionaram os militares e agentes com disposição e vontade de colaborar na guerra contra o mosquito. Sandra Braga de Oliveira, moradora da Rua Anphilófio Trindade, disse que a iniciativa de se unir as forças armadas funciona. Mas, segundo ela, seria necessário aplicar multas naqueles que não cuidam de seus terrenos, deixam acumular água e não descartam o lixo adequadamente.
Adhemar Pereira Lima, um dos primeiros moradores do mesmo bairro, também recebeu bem os visitantes e lembrou que o mosquito se cria porque as pessoas não cuidam de seu território, e não descartam o lixo corretamente amassando as garrafas pets antes de jogarem fora ou amassando as caixas e recipientes, para que não acumulem água.
Bairros visitados e campanha - Os oficiais militares e os agentes de endemias distribuíram panfletos no Centro, Imbetiba, Parque Valentina Miranda, Lagoa, Vivendas da Lagoa, Nova Holanda, Terminal Cehab, Parque Aeroporto e Lagomar.
A campanha prossegue durante a semana, de segunda (15) a sexta (19), com visitas domiciliares nos demais bairros da cidade e na região serrana, com controle químico com carro fumacê e aplicação de larvicida nos canais da Virgem Santa, Horto, Aroeira, Bairro da Glória, Capote e Macaé-Campos.
Agentes estarão nas localidades de Córrego do Ouro, Malvinas, Mirante da Lagoa, Aroeira, Parque Aeroporto, Vila Badejo, Nova Holanda, Ajuda de Baixo, Ajuda de Cima, Visconde de Araújo, Centro e Riviera Fluminense.
Já o carro fumacê - utilizado no controle da forma adulta de mosquitos e em locais com alto índice de infestação – fará o seguinte itinerário: segunda-feira (15): Nova Esperança, às 6h e Nova Holanda, às 18h; terça-feira (16): Nova Esperança, às 6h e Bairro da Glória, às 18h; quarta-feira (17): Cajueiros, às 6h e Granja dos Cavaleiros, às 18h; quinta-feira (18): Barra de Macaé, às 6h e Nova Macaé, às 18h; sexta-feira (19): Aroeira, às 6h. Os horários da passagem do veículo seguem recomendação do Ministério da Saúde.