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Formação de cooperativa de catadores é tema de reunião na Cidade Universitária

20/08/2008 18:25:08 - Jornalista: Grazielle De Marco

A formação de parcerias entre a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a Prefeitura de Macaé e a empresa TermoMacaé foi um dos assuntos abordados na reunião realizada na tarde desta quarta-feira (20), no auditório da Cidade Universitária. Além de representantes das instituições, estiveram presentes alunos dos cursos de Farmácia e Química da UFRJ em Macaé.

A reunião foi aberta com a apresentação da arquiteta Alessandra Aguiar, que apresentou o projeto que está sendo desenvolvido pela Empresa Municipal de Habitação, Urbanização, Saneamento e Águas (Emhusa).

- Temos uma demanda na área que compreende a Nova Esperança, por conta da intervenção urbana que está sendo realizada a partir do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e de exigências do Ministério das Cidades de implementação de atividades que promovam o desenvolvimento sustentável da comunidade - explicou.

Segundo ela, a partir da identificação destas necessidades, a empresa municipal começou a procura de parcerias para a criação de projetos.

- Entramos em contato com a Serla e a TermoMacaé para a criação de uma cooperativa de catadores. A Serla irá colocar uma ecobarreira no leito do Rio Macaé e criaremos um ecoponto. Mas percebemos que uma cooperativa seria fundamental para o sucesso do projeto - disse.

Gonçalo Guimarães, representante da Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares (ITCP/UFRJ), apresentou o histórico do órgão e sua importância.

- Iniciamos as atividades em 1995, como um centro de tecnologia que tornaria disponíveis os conhecimentos e os recursos acumulados na universidade pública para gerar alternativas de trabalho, renda e cidadania para indivíduos e grupos em situação de vulnerabilidade social e econômica - explicou.

Ele comentou ainda que, na época da criação da Incubadora, o país passava por transformações tecnológicas e reestruturações na cadeia produtiva.

- O país estava investindo na requalificação, porém não haviam postos de trabalho. Percebemos então que poderíamos aproveitar as potencialidades das comunidades e desenvolvê-las através de cooperativas. Hoje, nós temos 15 estudantes envolvidos neste projeto - lembrou.

Gonçalo ressaltou que para a criação de cooperativas há dois pontos fundamentais que devem ser levados em consideração.

- Em primeiro lugar é preciso entender que para agregarmos valor ao produto, é preciso investimento tecnológico. Senão o catador vai abandonar o projeto e voltar a vender seu produto para o atravessador. Precisamos conscientizar as empresas que contratar a cooperativa não significa pagar mais barato por um serviço, mas investir em um projeto - enfatizou.

A coordenadora de extensão do curso de química, Rojane Fiedler, comentou que em reunião anterior, na Incubadora de Cooperativas da Prefeitura de Macaé, conversou com um grupo da comunidade do Lagomar, que mostrou interesse na formação de cooperativas.

- Na ocasião, percebemos que não há na cidade recicladora ou logística para tal trabalho. Temos em Macaé órgão que já são doadores da matéria prima - lembrou.

O coordenador da Coordenação de Extensão Universitária e Sociedade (Centrex), Dauro Franco, informou aos alunos que a Fundação Educacional de Macaé (Funemac) abriu recentemente as inscrições para bolsa de projetos de extensão e, que em breve, serão feitas as seleções dos alunos que estiverem interessados na participação dos projetos de extensão.