A primeira Oficina de Dança-Haicai realizada no Estado do Rio de Janeiro aconteceu nesta quinta-feira (17), na Biblioteca Pública Municipal Dr. Télio Barreto. O objetivo da Fundação Macaé de Cultura foi apresentar a nova prática à classe artística do município e comemorar o centenário da imigração japonesa no Brasil. Além dessa, a fundação realizou na última terça-feira, uma oficina de Ikebana.
As oficinas foram promovidas pela equipe do projeto literário Palavra Expressa da Biblioteca Pública Municipal Dr. Télio Barreto. A bailarina, fotógrafa e pesquisadora Luciana Bortoletto, apresentou à turma a literatura milenar japonesa do haicai, ministrou técnicas de relaxamento, aplicou a dança em seus 13 estágios: síntese, aqui/agora, simplicidade, verdade, coragem, liberdade, “não ao ego”, grata aceitação, graça harmoniosa, humor, amor, contrastes/contradição e materialidade; propôs exercícios textuais de livre associação, entre outras atividades.
Para a turma formada por maioria de atores, além de poetas, bailarinos e professores, Luciana expôs a milenar literatura japonesa do haicai e a comparou com a dança e a fotografia. Ela pesquisa essa relação desde 2003, junto ao Avoa Núcleo Artístico, de São Paulo, e afirma que essa mistura de linguagens de improvisação, dança contemporânea e dança-espetáculo ultrapassa a dança em si.
Segundo ela, a técnica, pela primeira vez apresentada no Estado do Rio de Janeiro, não tem finalidades terapêuticas, mas acaba provocando bem estar no praticante. “Todos tem realmente essa reação de surpresa ao contado com esse estilo de dança”, disse Luciana, pioneira na pesquisa dança-haicai.
Ela realiza um trabalho inédito, nas ruas das cidades de São Paulo e interior do estado, de performances de dança. Cada coreografia com duração de aproximadamente 30 segundos e sonoplastia exclusiva é executada de acordo com os haicais sorteados pelos pedestres.
A professora e coordenadora do grupo Solidariedade de Dança disse que apenas começou a entender a proposta da oficina durante o seu desenvolvimento. “Fantástica. Vou levar tanto o texto do haicai quanto a expressão corporal para o meu grupo”, disse Gicélia Santos Germano. “Descobri aqui novas possibilidades corporais”, considerou o ator Rondinelli Santos, formado pelo Curso Técnico de Artes Cênicas da Escola de Artes Municipal Maria José Guedes.