O 115º Grupo Escoteiro do Mar Macahé conquistou, pela quinta vez consecutiva, o Grau Ouro no concurso Grupo Padrão, realizado pela União dos Escoteiros do Brasil (UEB). Em todo o país, dos mais de três mil grupos escoteiros, menos de 200 foram premiados, sendo que aproximadamente 50 conseguiram o nível ouro.
Todos os anos, a UEB promove o Concurso Grupo Padrão para avaliar as ações realizadas pelos Grupos Escoteiros durante o ano anterior, o seu crescimento e investimento em treinamento dos adultos voluntários. O Concurso premia as instituições que conseguem uma gestão administrativa e financeiramente eficiente, com captação de recursos humanos e matérias, crescimento e, principalmente, participação social e ambiental no município onde estão instalados. Para cada item é atribuída uma pontuação específica e os grupos que atingem determinado número de pontos recebem a classificação Ouro, Prata ou Bronze.
Para o diretor do grupo, Antônio Felipe Gonçalves, o prêmio é um reconhecimento pela organização do grupo e o trabalho prestado em prol das comunidades de Macaé. "No nosso ano de fundação fomos Bronze, em 2005 Prata, e esse ano, assim como nos últimos três, conquistamos o Ouro. Isso mostra que estamos no caminho certo, e que precisamos continuar participativos na sociedade, fazendo parcerias com o poder público e a iniciativa privada, para possibilitar a cada dia, que um número maior de jovens consigam ser escoteiros. Assim, quem sabe, conseguimos construir uma sociedade mais justa em um futuro próximo", falou.
Entre os mais de 120 do Estado do Rio de Janeiro, somente oito foram premiados, sendo o Macahé o único do interior do estado. O prêmio será entregue em setembro, na Assembléia Da União dos Escoteiros do Brasil. “É importante ressaltar o apoio que recebemos da Prefeitura de Macaé, que nos possibilita oferecer a todos os jovens, sem distinção, a oportunidade de ser escoteiro”, destacou Antonio.
Trajetória e atividades dos Escoteiros do Mar
O 115º Escoteiros do Mar começou suas atividades em 12 de outubro de 2003. Nesse primeiro momento, o grupo precisou do apoio da Casa do Caminho, que cedeu um espaço em sua sede para que eles pudessem se instalar e iniciar suas atividades. Com poucos recursos, os escoteiros começaram com apenas 24 jovens e 10 adultos.
A maior dificuldade encontrada no começo foi conseguir verba para que os jovens moradores de comunidades carentes pudessem também ser escoteiros e aproveitar todas as oportunidades. Mas, através da força de vontade de cada um desses membros, foi realizada uma série de campanhas para arrecadar fundos, como festas com barracas de alimentos, entre outros. "As parcerias e as doações também foram fundamentais para o grupo conseguir dinheiro para comprar nossos primeiros materiais de campo, como barracas, facão, cordas, fogareiro, lampião, etc", falou Flavia Franco, diretora Financeira.
Ele conta ainda que outra dificuldade foi convencer às famílias da importância do escotismo para complementar a educação dos jovens. "Por ser novidade, muitos relacionavam com algo elitizado. Mas, conseguimos reverter isso e hoje temos uma lista de espera por vagas", contou Jorge Antonio de Souza, diretor presidente, completando que o 115° GE conta com quase cem jovens.
Mas, para conquistar pela quinta vez o Grau Ouro foi preciso bastante trabalho comunitário, uma boa gestão e parcerias entre as instituições do município, como com a Defesa Civil de Macaé. "Através da parceria a gente implementou na sede um Núcleo Comunitário de Defesa Civil, onde periodicamente capacitamos os moradores da região em ações de prevenção à acidentes e auxiliamos a Defesa Civil, quando solicitados, em casos de emergência no município. Os jovens são constantemente capacitados como agentes mirins da Defesa Civil", ressaltou Shayane Alexandre.
O grupo também realiza atividades em parceria com as Secretarias de Meio Ambiente, Educação, Saúde e a Agenda 21, como coleta de caramujo africano, apoio à vacinação antirábica, Campanha do Dia D contra a Dengue, Campanha de escovação de dentes, participação em desfiles cívicos, etc. Também mantém uma parceria com a prefeitura, pela qual recebem recursos para atendimento dos jovens carentes, bem como de jovens encaminhados pelo Conselho Tutelar e por instituições do município, como forma de complementar a educação.
Na sede, no bairro Ajuda, o grupo ainda conta com o Centro de Leitura Quilombo Carukango, onde recebem livros através de doações. Todos os exemplares são catalogados e deixados à disposição dos moradores do bairro, para auxílio nos estudos, já que a comunidade não conta com bibliotecas públicas. Hoje são quase 500 exemplares de livros didáticos, de literatura, entre outros. "E, mesmo com esse trabalho social, já fomos alvo por 6 vezes de atos de vandalismo e furto em nossas dependências, o que, por algumas vezes, nos deu vontade de desistir do projeto. Mas, por acreditar que estamos fazendo diferença na vida de crianças e adolescentes, continuamos", completou Antonio Felipe Gonçalves.
O grupo ainda participa de seleções de projetos sociais. Entre os projetos já executados está o Programa Petrobras Jovem Aprendiz, que atendeu 80 jovens de Macaé e capacitou-os profissionalmente, dando acompanhamento social e pedagógico por dois anos. O 115º participa também como membro titular do Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente e do Conselho Gestor do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba.
Para quem quiser conhecer os projetos executados pela instituição, ou tiver interesse em participar como voluntário (para ser um adulto voluntário do Escoteiro não é preciso experiência, uma vez que os cursos de capacitação são dados por equipe própria) ou colaborar com doações, o endereço é Estrada do Imburo, Km 2, próximo ao campo de futebol da Ajuda. O telefone é 2796-4112, o e-mail é macahe@gmail.com e o site www.macahe.org.br.
