A equipe da gerência de Meio Ambiente da Guarda Municipal de Macaé resgatou, na noite desta quinta-feira (4), um Jacaré-de-Papo Amarelo (Caiman latirostris) espécie ameaçada de extinção, que estava no Canal Campos-Macaé, entre os bairros do Barreto e Vila Badejo. O grupo do Meio Ambiente estava monitorando o Canal há vários dias, aguardando uma oportunidade de apanhar o animal sem machucá-lo.
Na noite de quinta-feira, o jacaré saiu do Canal e foi capturado por moradores, que ameaçavam matá-lo. Um morador conteve a população e avisou a Guarda Ambiental que se dirigiu ao bairro, conseguindo resgatar o réptil com vida.
O jacaré apareceu no Canal há uma semana e meia, e sua captura estava sendo prejudicada porque o animal se assustava com a população. O réptil tem cerca de um metro de cumprimento e foi encaminhado para o veterinário da secretaria Executiva de Meio Ambiente e ficará em observação.
O responsável pela gerência de Meio Ambiente da Guarda, Madson Nazareno, informou que os moradores do bairro acreditam que há mais de um jacaré no Canal. De acordo com Madson, guardas ambientais vão ficar no local observando e se for constatado que outro jacaré esteja no Canal, o trabalho de captura será realizado.
As denúncias sobre irregularidades ou problemas com animais podem ser feitas pelo 0800-2820949.
Jacaré-de-Papo Amarelo
O Jacaré-de-Papo Amarelo (Caiman latirostris) faz parte da exuberante fauna das florestas tropicais, preferindo áreas de baixada, com suas lagoas, lagos e rios. Sua presença representa, ao contrário do que muitos pensam, uma contribuição eficaz para o aumento da população de peixes nos corpos d`água, já que suas fezes servem de adubo para o desenvolvimento de fitoplancton, que é utilizado como alimento por diversas espécies de peixes.
É um animal esverdeado, quase pardacento, com o ventre amarelado e o focinho pouco largo e achatado. Alimenta-se de peixes, aves e mamíferos. A fêmea constrói o ninho próximo à água, com folhas mortas, gravetos e terra orgânica. Põe, em média 25 ovos e sua incubação é de aproximadamente 90 dias.
Tem vida quase que exclusivamente aquática. Sai para caçar principalmente à noite e, durante parte do dia, forma grupos, para tomar sol. Réptil contemporâneo dos grandes dinossauros que habitavam a Terra há milhões de anos, conseguiu sobreviver às grandes transformações do planeta. Mas não resistiu à ação do homem "civilizado", estando hoje incluído na lista dos animais ameaçados de extinção (IBAMA).
Sua extinção deve-se principalmente à destruição do seu habitat e à poluição dos rios. No Rio de Janeiro, vem aos poucos desaparecendo devido à drenagem de pântanos, aterro de alagados e derrubada de matas de restinga. É bem possível que a grande ocorrência desta espécie tenha inspirado o nome do local Jacarepaguá, que significa Lagoa dos Jacarés.