Foto: Juranir Badaró
“Aprender a me formar como cidadão”. Com esta frase, Victor Barreto Forte, 16 anos, morador no Bairro Jardim Carioca I, um dos 60 integrantes da Guarda Mirim da Prefeitura de Macaé, resumiu a importância desse programa social que tem o objetivo de formar jovens para a vida. Tayná de Jesus Pereira, mesma idade, do Parque Aeroporto, sonha ser engenheira civil e concorda com o colega de turma, Victor, de que na Guarda aprende a ter disciplina, o que acredita ser fundamental para uma boa carreira.
Victor quer ser jogador de futebol e disse que primeiro precisa ser um bom cidadão. Essas e outras noções são aplicadas aos meninos e meninas entre 14 e 17 anos que formam a Guarda Mirim do município. As atividades do programa na nova gestão recomeçaram no dia 18 de fevereiro, e até nesta sexta-feira (1º), eles participam do curso, ministrado por instrutores da própria corporação, no Centro de Convivência do Idoso (CCI), no Bairro da Ajuda.
O projeto faz parte da Coordenadoria de Programas Sociais Guarda Sênior e Guarda Mirim, ligada à Guarda Civil Municipal, vinculada à Secretaria de Ordem Pública. É importante para a sociedade na medida em que tira os jovens da ociosidade, nos momentos em que não estão na escola, tranquilizando seus familiares, e contribuindo para que aprendam o gosto por uma profissão. Há guardas mirins de vários bairros e também da região serrana como Sana, Frade e Glicério, entre outras localidades.
Após as duas semanas de curso, os guardas mirins serão distribuídos para diversos órgãos municipais, estaduais e federais, nos setores não insalubres e que não oferecem riscos físico e mental a eles, conforme o Estatuto da Infância e Juventude. Nos postos de trabalho, eles atuarão na recepção, informática, almoxarifado, arquivos e outros setores. Os guardas mirins recebem ajuda de custo de meio salário mínimo mensal, sem, no entanto, ter vínculo empregatício com a prefeitura.
Os jovens interessados em fazer parte do programa podem se inscrever no cadastro de reserva que está aberto para a formação de novas turmas, mas ainda sem data definida para o início de novo curso de formação que vai acontecer este ano. Devem ir à sede da Guarda, acompanhados de um responsável e levando os documentos pessoais: carteira de identidade, CPF ou certidão de nascimento. O cadastro é feito de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h às 17h, na sede da Guarda, na Avenida Gastão Henrique Schueler, 698, no Bairro Botafogo.
Já os órgãos que quiserem contar com os serviços dos guardas mirins devem encaminhar um ofício à coordenadoria do programa fazendo a solicitação de quantos precisam e a disponibilidade dos guardas é feita após uma triagem dos serviços que vão desenvolver. Há guardas mirins da prefeitura atuando também no Fórum e Ministério Público.
No curso, os guardas mirins participam de oficinas que trabalham a força, agilidade, flexibilidade, trabalho em equipe, sociabilidade, atenção e o prazer que devem ter no desenvolvimento e aprimoramento das tarefas. Participam de atividades de educação física, ordem unida, ética, disciplina e até cuidados com a saúde e alimentação. Depois, eles têm que se apresentar ao comando da Guarda a cada 15 dias para o acompanhamento do trabalho. Ao completarem 18 anos, os jovens têm de deixar o programa e alguns são inseridos no mercado de trabalho.
O programa é desenvolvido em dois turnos – manhã e tarde – respeitando o horário de escola dos jovens que têm de estar matriculados na rede pública de ensino. Os que estudam na parte da tarde, atuam na Guarda Mirim de manhã, das 8h às 11h; e os que estudam de manhã, estão no projeto à tarde, das 14h às 17h. A carga horária por turno é de três horas, de segunda a sexta-feira, conforme a legislação.
O encerramento do curso será nesta sexta-feira (1º), no CCI, respeitando os turnos de trabalho dos guardas mirins, ou seja, será de manhã e à tarde, para que todos participem. E contará com a presença da Guarda Sênior para a interação entre as gerações, importante também para o trabalho e o relacionamento com os próximos, já que aprendem a respeitar as pessoas da terceira idade e perceber nelas a disposição que ainda têm no trabalho individual e em grupo.